20 de outubro de 2024

“Em Boa Vista vi comprometimento com a 1ª Infância”, diz representante global da Van Leer

A representante global, Rushda Majeed, veio conhecer as políticas da prefeitura voltadas para as crianças de Boa Vista Há 75 anos, organização holandesa se dedica a apoiar crianças pequenas, cuidadores e comunidades ao redor do mundo.
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Reconhecida como Capital da Primeira Infância, Boa Vista é referência mundial quando o assunto é valorizar os primeiros anos de vida dos cidadãos. Esse cuidado não é visto como uma fase passageira, mas sim a base sólida de um futuro promissor. Por isso, uma Comitiva da Fundação Van Leer, trouxe sua representante global, Rushda Majeed, para conhecer as políticas da prefeitura voltadas para as crianças de Boa Vista.
No primeiro dia a comitiva visitou o Baby Spa da Unidade Básica de Saúde Aygara Mota, um espaço de atividades com as famílias e momentos de relaxamento para bebês com a massagem Shantala. Também visitaram o Núcleo de Creches Equatorial II, que atende 120 crianças a partir dos 2 anos. Entre brincadeiras e aprendizados, o desenvolvimento é garantido por meio da educação.
“A primeira coisa que li ao sair do aeroporto foi ‘Capital da Primeira Infância’ e acho que isso traduz a minha impressão da cidade e o que vi até o momento. São lindos os serviços e admirável a participação de todos os servidores e da população. Em Boa Vista, vi o comprometimento do poder público com a Primeira Infância”, disse Rushda.
No primeiro dia, a comitiva visitou o Baby Spa da UBS Aygara Mota e o Núcleo de Creches Equatorial II
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A comitiva visitou também a sede do programa Família Que Acolhe (FQA), o Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA), que oferta atendimentos para alunos da rede municipal com suporte de uma equipe multiprofissional. E a visita se encerrou no Mirante Edileusa Lóz, de onde foi possível ver a maior Selvinha Amazônica da região, um espaço pensado e planejado especialmente para os pequenos se divertirem com intencionalidade.
Exemplo para o mundo: O que começou com iniciativas locais se transformou em “farol global”, iluminando as ideias políticas de estados brasileiros e países distantes que vêm acompanhar de perto o trabalho que a capital faz tão bem, segundo a representante brasileira da Fundação Van Leer, Claudia Vidigal. A inclusão social acontece por meio da descoberta de novos caminhos para promover uma gestão competente e justa.
“A organização trabalha com primeira infância há mais de 60 anos, sendo 50 no Brasil, e temos uma participação em diversos países. Boa Vista tem sido uma cidade de farol para muitas cidades em outras regiões, por uma imensidão de fatores. Um deles, é a capacidade que Boa Vista tem tido em integrar diversas comunidades, independente das dificuldades e dos desafios. É uma adaptação à realidade”, afirmou.
O Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA) e o Hospital da Criança também entraram no roteiro de visitas.
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Para a secretária municipal de Projetos Especiais, Andréia Neres, receber visitas no FQA, também pode render mais apoio e parceria em futuros projetos. “A gente vê o quanto nossas iniciativas estão sendo reconhecidas. Em especial, a equipe da Fundação Van Leer, que tem nos apoiado por muito tempo. Essa é a prova que estamos no caminho certo, porque já temos novos projetos a serem realizados. Com esse olhar de perto, conseguimos propor novos projetos que tragam cada vez mais benefícios para as nossas crianças”, disse.
Comitiva conheceu as ações do Cras Itinerante em comunidade indígena
O segundo dia foi marcado por mais emoção e aventura. Rushda embarcou para a comunidade indígena Vista Nova, região do baixo São Marcos, para conhecer de perto as atividades do Cras Itinerante para as crianças dessas regiões. A comitiva foi recebida com dança parixara de boas-vindas, café da manhã e conexões culturais.
“Foi especial a recepção da comunidade. É interessante ver como os serviços são organizados e notar que, apesar dos desafios, ainda é possível chegar nas populações vulneráveis. Temos muitos espaços na fundação, destinados a compartilhar conhecimentos. Boa Vista sempre é mencionada nesse grupo de discussão, pois compartilhamos para outros países as experiências que estão dando certo”, contou Rushda.
A recepção da comitiva na Comunidade foi com direito a dança parixara.
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Com a descentralização do Família Que Acolhe (FQA) para os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e a parceria entre as secretarias municipais de Gestão Social (SEMGES) e Projetos Especiais (SMPE), as comunidades indígenas e rurais do município passaram a ser atendidas pelo CRAS Itinerante. Lá são garantidos serviços do FQA, cadastro único, Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, entre outros.
Todo esse cuidado, iniciado ainda na gestão da ex-prefeita Teresa Surita, reflete diretamente em como a sociedade lida com as crianças, que uma vez bem desenvolvidas têm mais chances de acesso a um futuro próspero e com oportunidades. Um trabalho importante que o prefeito Arthur Henrique fez questão de dar continuidade e ampliar os serviços.
“Garantir os cuidados essenciais nessa fase da vida é uma prioridade da nossa gestão. Chegar com esse cuidado e atenção nas comunidades da área rural é uma missão que abraçamos com dedicação e respeito. O FQA leva serviços de saúde e educação familiar para as comunidades sempre tentando considerar suas especificidades culturais e promovendo um diálogo aberto e inclusivo”, disse Andréia Neres.
No Cras Itinerante são garantidos serviços do FQA, cadastro único, Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, e outros
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Elaine Mafra, de 28 anos, é da etnia Macuxi e moradora da Comunidade Vista Nova. A beneficiária do FQA é mãe de quatro meninas: Agatha, Yohana, Lilian e a pequena Ursula, de apenas 8 meses. Para ela, ter o acompanhamento do programa é um aprendizado. “Os profissionais nos visitam todo mês e é muito bom para o desenvolvimento das crianças da comunidade. Aprendemos muitas coisas e também repassamos nossos conhecimentos. Participamos de palestras diferentes sobre amamentação, desenvolvimento dos bebês e recebemos várias dicas”, contou Elaine.
A comitiva também foi até o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) visitar a classe hospitalar e a ala dos indígenas. Em Roraima, o HCSA é a única unidade de saúde de média e alta complexidade para crianças de 28 dias a 12 anos. Sem dúvidas, as visitantes se despedem da capital com uma “bagagem a mais”: aprendizado, admiração e empatia.
“Essas visitas são fundamentais para o nosso aprendizado. No começo do ano, tivemos a Comitiva da Jordânia, com 11 pessoas que vieram para conhecer as ações de Primeira Infância em Boa Vista e estudar uma forma de replicar. E isso já está acontecendo em serviços e programas no país”, afirmou a representante do Brasil na Fundação Van Leer, Claudia Vidigal.

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