Comércio de produtos gaúchos em Piratuba, no Oeste, tem área externa dedicada a clientes que querem comprar sem ajuda de vendedores, mesmo fora do horário comercial. Pagamento é feito por Pix. Loja aposta na honestidade, e clientes compram itens sem vendedor em SC
O proprietário de uma loja de produtos gaúchos de Piratuba, no Oeste de Santa Catarina, decidiu acreditar na honestidade dos clientes e abriu uma área externa no estabelecimento onde produtos ficam disponíveis para compras 24 horas por dia, sem vendedor. O pagamento é feito por Pix (veja mais abaixo).
🧉 No espaço, conhecido como “Tenda do Dr. Gaúcho Honesto”, há bombas de chimarrão, cuias, chaveiros, churrasqueiras, tábua de carne a até cadeiras e tapetes de couro, que podem chegar a R$ 1 mil.
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“É na base da confiança mesmo, não sei nada. Posso chegar aqui um dia e estar sem nada”, afirma o empresário Hercílio Luiz Surdi Júnior.
Loja em Piratuba (SC) aposta na honestidade dos clientes
Arquivo pessoal
A ideia
O município de 5,7 mil habitantes é conhecido pelas águas termais e por isso recebe muitos turistas, segundo Júnior. Ele buscou chamar a atenção justamente desse público.
Ele começou deixando produtos selecionados para fora da loja durante o dia, e os guardava sempre no final do expediente.
“Eu fui colocando coisas, mas isso começou a me incomodar, porque toda noite eu tinha que levar para dentro. Pensei: ‘Já que eu estou nesta cidade tranquila, vou experimentar deixar algumas coisas para fora'”.
Ele manteve a área interna da loja funcionando de forma tradicional, com funcionários atendendo e fazendo as cobranças. Mas na parte de fora, colou um QR Code para pagamento via Pix e pendurou um cartaz incentivando os clientes a aderirem ao autoatendimento.
O proprietário foi percebendo, ao longo dos dias, que o modelo funcionava. Sem cadeados e totalmente expostos na rua, os produtos podem ser comprados até fora do horário comercial.
“Para nós, é normal. O pessoal que vem pra cá, eles se apavoram. Se apavoram de forma a não acreditarem. Então, o que acontece? É uma questão de querer também educar o povo nessa parte”, afirma.
Exemplo de honestidade
Ele diz que a loja até possui câmeras de segurança, mas nunca as olha. Em três anos trabalhando nesse sistema, garante que nunca houve problemas.
“Uma coisa bem interessante que aconteceu. Um dia caiu o preço errado em um tapete, e o turista comprou o tapete e pagou muito barato. Outro dia, ele veio com o tapete e pediu se era esse o preço mesmo – e pagou o que faltava”, relatou.
O tapete em questão, segundo ele, foi comprado por R$ 400 pelo turista. O preço real era de R$ 690, e o cliente pagou a diferença.
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