19 de outubro de 2024

Baixada em Pauta #204: Porto de Santos viabiliza a organização criminosa, aponta delegada

Delegada do 3° Distrito Policial (DP) de Santos falou sobre a carreira e ocorrências de repercussão nacional. Baixada em Pauta: Delegada Liliane Doretto é a entrevistada desta semana
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A delegada do 3° Distrito Policial (DP) de Santos, Liliane Doretto, foi a entrevistada do podcasta Baixada em Pauta desta semana, com os jornalistas e apresentadores Matheus Müller e Luiz Linna. Ela falou sobre a carreira profissional, já que teve passagens por delegacias no interior e da macro São Paulo, comentou sobre a importância do complexo portuário santista para o crime organizado, sobre casos de repercussão e a responsabilidade que carrega tem ao prender uma pessoa.
Na Baixada Santista desde fevereiro do ano passado, Liliane contou que, inicialmente, atuou na delegacia de Vicente de Carvalho, no distrito de Guarujá. Antes da ida para o 3° DP, onde está atualmente, a delegada passou para o 4° DP de Santos.
A delegada explicou que não dá para negar que o Porto de Santos é entrada e saída de drogas, o que viabiliza a organização criminosa. “Não podemos esquecer que a gente está em uma região portuária, tem que ter um olhar diferenciado para investigar também”.
Delegada do 3° DP de Santos, Liliane Doretto, é a entrevistada do Baixada em Pauta
Brenda Bento/g1
Liliane afirmou que, quando está exercendo a função de delegada, não coloca emoção em sua atividade. “Eu não sei o que acontece, eu falo para você, a profissão que escolhe a gente. Toda vez que estou trabalhando não sou emotiva, eu sou técnica o tempo todo”.
A delegada explicou que tenta ser o mais parcial possível. “Tenho que ser justa. Por isso que, no caso daquele idoso que levou a voadora, eu não tinha imagens, fui obrigada a fazer uma reconstituição, preciso ouvir a versão do autor”, comentou ela, sobre um crime que foi amplamente divulgado na mídia.
O caso mencionado é de um idoso, de 77 anos, identificado como Cesar Fine Torresi, e que morreu após levar uma ‘voadora’ no peito na frente do neto, uma criança de 11, no bairro Aparecida, em Santos. À época, o suspeito, de 39 anos, fugiu para um mercado, mas foi localizado e preso em flagrante.
Para ela, a reconstituição é ‘um instrumento maravilhoso’ de prova por ilustrar o que ocorreu no dia do crime. “De como foi cada perspectiva e aí vou pegar as contradições e nas contradições você chega na realidade”. No entanto, disse que estava com o ‘coração na mão’ durante a reprodução.
“Vai que alguém do povo sai e atente contra a vida daquela pessoa que estava sendo investigada, você entendeu? Vai que dá ruim […]. A responsabilidade é toda minha e eu tenho que ficar atenta aos quesitos que eu quero que o perito se atente, a encenação que tem que ser feita”, disse.
A delegada falou da importância da polícia manter um bom relacionamento com a imprensa. “É fundamental para me auxiliar nas investigações […]”. Ela disse, ainda, sobre a responsabilidade que o delegado carrega em ser o primeiro juiz da causa.
“Cadeia não é para todo mundo, cadeia é um local que não é feito para gente, na minha concepção. E ai eu tenho meu juízo de valor, motivo e minhas razões para que eu seja justa, em toda minha carreira, sempre agi dessa forma […] A vida de uma pessoa está na minha mão”, disse.
Delegada Liliane Doretto falou sobre a carreira na polícia e sobre os casos marcantes e de repercussão nacional
Reprodução
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