19 de outubro de 2024

Homem apontado como contador da fraude milionária contra planos de saúde é preso na Zona Oeste do Rio

A prisão dele foi pedida à Justiça depois da apreensão do celular da chefe da quadrilha, na semana passada. Homem apontado como contador da fraude milionária contra planos de saúde é preso na Zona Oeste do Rio
Divulgação
Um homem apontado como contador da quadrilha suspeita de uma fraude milionária contra planos de saúde foi preso neste sábado (19) em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Anderson Pereira é também investigado como o responsável por abrir empresas de fachada para aplicar o golpe.
Os investigadores pediram a prisão dele à Justiça depois da prisão de Adriana Neves Castro, que é apontada como chefe da quadrilha. O celular dela, que foi apreendido, foi analisado para chegar em informações que levassem ao envolvimento de Anderson.
A ação da Polícia Civil do RJ contra o grupo criminoso ficou intitulada de Operação Carência Zero. Só uma operadora teve um prejuízo de R$ 11 milhões.
As investigações da 12ª DP (Copacabana) começaram em 2023 e apontam Adriana Neves Castro como chefe do grupo. Segundo a polícia, ela contratou planos corporativos para cerca de 800 pessoas físicas sem qualquer vínculo empregatício.
Os suspeitos são investigados por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro e já respondem pelo mesmo tipo de fraude em São Paulo.
Polícia Civil e MPRJ faz operação contra fraude em planos empresariais
Segundo a polícia, os planos eram comercializados com taxa de adesão e valores até quatro vezes maiores que os cobrados em folha pela tabela empresarial.
Em um dos casos investigados, por exemplo, uma idosa de 68 anos arcava com uma mensalidade de R$ 2.700. Ela ainda teve que desembolsar R$ 3 mil na taxa de isenção. Na folha, o serviço da empresa, o serviço custava apenas R$ 721,18.
“Era um golpe sofisticado e acreditamos que algumas pessoas, de certa forma, possam ter sido enganadas. Por isso seguiremos investigando individualmente os casos dos beneficiários, uma vez que eles adquiriram um plano com vínculo trabalhista que nunca existiu e podem responder criminalmente. Os nomes das empresas constam nas carteirinhas. Além disso, eles também podem sofrer ações na área cível para ressarcimento de valores médicos gastos”, explicou o delegado Ângelo Lages.
Entre 2019 e 2023, por exemplo, um convênio foi contratado para 778 empregados de oito empresas falsas. No total, estas empresas descontaram R$ 2.158.926 milhões de seus supostos funcionários.
No entanto, os custos médicos apresentados pelo plano foram de R$ 13.074.087 milhões, gerando um prejuízo de R$ 10.915.160 milhões.
Movimentação milionária
Na quebra do sigilo fiscal de Adriana, os investigadores descobriram que em seis meses de 2023, por exemplo, ela movimentou mais de R$ 2 milhões, lastro incompatível com seu patrimônio, capacidade financeira e atividade econômica. Recentemente, ela se candidatou ao cargo de vereadora em Itaguaí, mas teve apenas 17 votos.
Os outros investigados, que foram alvo de buscas, são seu filho e o acusado de ser o contador e sócio de algumas das empresas usadas no esquema. A polícia também investiga a participação de operadores de venda, que atraíam as pessoas, e médicos, que muitas vezes direcionavam os pacientes já com a necessidade cirúrgica.
“Também havia uma intensa migração de pessoas entre as empresas. Quando algo saía errado, os funcionários, quase que instantaneamente, eram contratados por outra empresa do grupo, se mantendo como beneficiários do plano”, completou o delegado.
Ao longo das investigações, os policiais descobriram que as empresas não possuíam sede nos endereços informados na hora da contratação do serviço junto à seguradora.
Para a polícia, o fim do esquema tende a beneficiar todos os usuários de planos de saúde, pois segundo a seguradora, as fraudes acabam impactando nos preços para o consumidor final.

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