Família de artesãos de Itararé (SP) tem clientes pelo Brasil e no exterior, vendendo esculturas de santos, anjos, personagens e decorações feitas com materiais reaproveitados, além da palha de milho, casca de frutas e vegetais. Imagens são feitas com palha de milho seca, que é moldada e pintada para formar artes sacras em Itararé (SP)
Fabiano Almeida/Arquivo pessoal
Uma tradição que começou com a confecção de bonecas, se tornou a principal fonte de renda de uma família de artesão de Itararé, no interior de São Paulo, que produzem e vendem esculturas feitas de palha de milho que já foram vendidas até para o Vaticano.
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De família católica e com muita fé, Aristides Antônio Almeida, de 54 anos, cria artes com palha de milho, casca de frutas e vegetais há 26 anos, seguindo o exemplo de sua vó, que reaproveitava espigas e a palha, para fazer bonecas.
“Usar a palha de milho é uma tradição muito antiga da minha família, até que decidi apurar minha técnica e comecei a fazer imagens sacras, fui mudando minha arte a cada dia para chegar onde chegamos hoje”, conta Aristides.
Aristides Antônio Almeida é artesão de Itararé (SP) e confecciona obras sacras com palha de milho
Fabiano Almeida/Arquivo pessoal
Uma peça pode demorar 3 horas ou até 3 dias para ser concluída e elas são feitas por Aristides, sua esposa e o filho deles, Fabiano. Normalmente, as peças são de figuras católicas como santos e anjos, mas a família já fez personagens como Don Quixote, pescadores, também já fez presépios, uma representação da Santa Ceia e enfeites de Natal.
Os produtos ganharam popularidade pelo Brasil, autoridades já foram presenteadas com elas e, atualmente, a família Almeida tem clientes de todo o país e do exterior como em Portugal, Alemanha, Estado Unidos, Espanha, México e até mesmo venderam esculturas para o Vaticano.
A dedicação da família tornou o artesanato a sua principal fonte de renda, e foi com os lucros da arte, que conseguiram construir seu rancho no Bairro do Cerrado.
Peças católicas são moldadas com palha de milho e posteriormente coloridas por artesãos de Itararé (SP)
Fabiano Almeida/Arquivo pessoal
‘Dar continuidade na tradição do meu pai e da minha mãe’
Ao g1, o filho de Aristides, Fabiano Almeida, de 34 anos, conta que se sente orgulhoso em poder trabalhar com artesanato com os seus pais.
Fabiano e Aristides Almeida, de Itararé (SP), participaram de evento juntos para exibir peças feitas de palha de milho
Fabiano Almeida/Arquivo pessoal
“Para mim é um maior orgulho dar continuidade na tradição do meu pai e da minha mãe, porque eu sempre falo, meu pai é um artista, as peças de ele faz são demais, cada detalhe, cada traço, é sempre maravilhoso. É um dom de Deus e sinto o maior prazer de fazer parte deste dom”, declara Fabiano.
Fabiano é casado e tem três filhos e com a profissão herdada, o artesanato, que consegue renda suficiente para sustentar sua família e está construindo sua casa.
Obras sacras são feitas com palha de milho, cascas de frutas e vegetais mortos por artesãos de Itararé (SP)
Fabiano Almeida/Arquivo pessoal
Participação no evento ‘Revelando SP’
A família Almeida participou do evento Revelando SP no dia 13 de outubro deste ano, apresentando suas peças junto do secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Itararé, Júlio Calabrez.
Aristides participou do Revelando SP representando o município de Itararé (SP) no artesanato
Prefeitura de Itararé/Divulgação
O Revelando SP é um evento realizado pelo Governo do Estado de São Paulo que celebra a cultura tradicional e a economia criativa, com exposições de expressões culturais, artesanato e gastronomia típica de diversas regiões.
Aristides e sua família levaram diversas imagens de santos para a exposição e, segundo a prefeitura, foi uma oportunidade de mostrar a riqueza do artesanato de Itararé, além da economia criativa e o potencial de cultura e do turismo, sendo o 25º ano consecutivo participando do evento.
Diversas obras sacras ficaram expostas no evento Revelando SP no qual artesãos de Itararé (SP) participaram
Fabiano Almeida/Arquivo pessoal
*Colaborou sob a supervisão de Carla Monteiro
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