22 de outubro de 2024

Júri de GCM acusado de tentativa de homicídio contra jovem negro e porte ilegal de arma é realizado em Mogi

Julgamento de José Carlos de Oliveira acontece em Mogi das Cruzes, nesta terça-feira (22). Crime aconteceu em novembro de 2022. Pedro Azpilicueta, vizinho do acusado, foi atingido no rosto e no intestino após disparos do GCM. Júri popular é realizado no Fórum de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes
João Belarmino/TV Diário
O júri popular de José Carlos de Oliveira, guarda civil municipal de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, acusado de tentativa de homicídio contra um jovem negro e porte ilegal de arma é realizado no Fórum de Brás Cubas, nesta terça-feira (22). O caso aconteceu em 22 de novembro de 2022.
O julgamento teve início às 10h. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), sete pessoas compõem o tribunal do júri.
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Uma semana após o crime, José Carlos foi preso pelos crimes de injúria racial, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. A vítima, Pedro Azpilicueta, foi atingida por dois tiros disparados pelo GCM e hospitalizada e, uma semana após o crime, teve alta.
Guarda municipal atira contra vizinho negro em Mogi das Cruzes
Imagens de câmera de monitoramento
Ao g1, Jefferson Azpilicueta, pai de Pedro, disse que toda a família vive “muita ansiedade com a proximidade” do júri, pois não sabem o que esperar da sentença.
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De acordo com Ewerton Carvalho, advogado de Pedro, “a expectativa é que ele seja condenado, que o guarda seja condenado a pena máxima por tentativa de homicídio, porte ilegal e, inclusive, as qualificadoras aí envolvendo a motivação dele, que é a raça”. “O GCM tentou matar o Pedro única e exclusivamente porque ele é um homem negro”, afirma o advogado.
O caso foi repercutido em um dos episódios do Linha Direta, em 2023, que abordou três crimes de racismo envolvendo vizinhos.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 23 de novembro do ano passado, na Avenida Ricieri José Marcatto, no distrito de César de Sousa, em Mogi. De acordo com a família, o guarda, que era vizinho de Pedro, atirou três vezes contra o jovem, que estava dentro da própria casa. Ele foi atingido por dois disparos.
Guarda municipal atira contra vizinho negro em Mogi das Cruzes
Nas imagens registradas por uma câmera de monitoramento é possível ver o momento em que o guarda e o jovem discutem (assista acima). José Carlos vai até a frente da casa da vítima para agredi-la com uma barra de ferro. Pedro então começa a gravar com o celular.
O atirador aparece com um revólver e dispara, enquanto a vítima tenta se esconder. O rapaz, que foi atingido no rosto e nas costas, precisou ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois foi transferido para o Hospital Luzia de Pinho Melo, onde passou por cirurgia para retirada de parte do intestino. Após uma semana, Pedro teve alta.
Atitudes racistas
No dia 9 de novembro de 2022, câmeras de monitoramento flagraram o guarda municipal jogando cascas de banana em frente à casa da vítima. De acordo com o pai de Pedro, Jefferson Azpilicueta, José Carlos também fazia outros ataques racistas contra a família usando falas como “macaco” e “preto sujo”, além de ameaçá-los.
Ainda segundo Jefferson, nas diversas discussões que tiveram, era comum que o guarda apontasse uma arma em sua direção. Ele também relatou que vive no endereço há 30 anos e, desde que chegou na vizinhança, o guarda insultava a família.
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