25 de outubro de 2024

Comandante da PM de Roraima e deputado investigados por venda ilegal de armas e munições negam participação em esquema

Coronel Miramilton Goiano de Souza e Deputado Rarison Barbosa (PMB) são investigados por suspeita de participarem de ‘intensa negociação de munições e armamentos’. Operação ocorreu nesta quarta-feira (22) em Boa Vista e Fernandópolis, no interior de São Paulo. Comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronal Miramilton Goiano, e deputado estadual Rarison Barbosa (PMB).
Secom-RR/Ale-RR/Divulgação
O comandante-geral da Polícia Militar de Roraima coronel Miramilton Goiano de Souza e o deputado estadual Rarison Barbosa (PMB), alvos de operações da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira (23) para investigar venda ilegal de armas, negaram envolvimento no esquema. Miramilton é apontado como líder do grupo e Rarison como comprador.
Em nota, divulgada nas rede sociais e assinada pela defesa, o comandante disse que “sempre pautou sua atuação profissional pelo mais estrito cumprimento da lei”. Acrescentou ainda que as medidas judiciais serão tomadas (confira a nota na íntegra mais abaixo).
“Na condição de policial militar possui armas legalizadas e, portanto, registradas pela Polícia Federal. Além disso, é instrutor de tiro e Coleciona-dor, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Ressaltamos, ainda, que nunca sequer foi chamado para prestar esclarecimentos sobre o aludido fato […]”, argumentou.
O governo, que é responsável pela escolha do comando da PM, informou, em nota, que por “determinação do Governador Antonio Denarium, abrirá processo administrativo disciplinar contra todos os envolvidos nas investigações, e permanece à disposição dos órgãos de fiscalização e controle para dar uma resposta à população roraimense.”
Em nota divulgada nas redes sociais, o deputado disse que foi surpreendido, que desconhece os motivos pelos quais foi associado a operação e que nunca teve envolvimento com atividades ilícitas, “especialmente no que diz respeito ao comércio de armas” (leia a íntegra da nota mais abaixo).
“Tenho plena confiança na Justiça e na atuação das instituições responsáveis pela apuração dos fatos. Neste sentido, sigo cooperando de maneira proativa para que todas as circunstâncias sejam elucidadas o mais rápido possível”, disse o parlamentar.
Investigações
O coronel, conforme apurado pela Rede Amazônica, atuava, principalmente, com o apoio dos dois filhos Renê Pugsley de Souza e Reniê Pugsley de Souza, que são policiais penais — os três são suspeitos das vendas ilegais.
A investigação chegou ao nome de Miramilton após a prisão de um homem em Pacaraima em 2023, flagrado com uma arma. À época, um tenente, em nome do coronel, foi até a delegacia da PF saber se seria possível recuperar a arma que seria de Renê, o que levantou suspeitas dos investigadores.
Além de Miramilton, o deputado estadual Rarison Barbosa (PMB) também foi alvo da operação. Ele é policial penal, atuava no esquema como a pessoa que comprava as munições ilegais de Miramilton e dos filhos dele. Além disso, há suspeita de que deputado comprou uma máquina de recarga de munições para atender ao esquema criminoso, segundo as investigações.
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A operação deflagrada nesta quarta tenta aprofundar as investigações da PF sobre o comércio ilegal de armas e munições. Foram feitas buscas e apreensões na casa do comandante, dos dois filhos deles, na casa do deputado Rarison e de outros policiais envolvidos.
O coronel Miramilton Goiano ocupa o mais alto posto da PM de Roraima desde fevereiro de 2023 quando foi nomeado pelo governador Denarium. Nos últimos meses, ele também passou a ser investigado pela Polícia Civil por suspeita de interferir no assassinato do casal de agricultores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57, no crime conhecido localmente como “Caso Surrão”.
Além disso, durante a gestão de Miramilton ao menos 100 policiais militares passaram a ser investigados pelo MP por crimes como fazer parte de milícia, trabalhar para garimpeiros, roubar garimpeiros, tortura, sequestro, tráfico e homicídios.
Operação da PF
Comandante-geral da PM é alvo de operação da Polícia Federal
Marcelo Marques
O deputado estadual e o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima são alvos da Polícia Federal em duas operações que investigam a venda ilegal de armas de fogo e munições no estado. Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (23).
Dois filhos do coronel Miramilton, que são policiais penais, também são alvos de buscas da PF. Eles cursam medicina na cidade de Fernandópolis, interior de São Paulo, onde agentes federais cumprem duas ordens de apreensão.
Investigações da PF identificaram “uma intensa negociação de munições e armamentos pelos suspeitos”, que ocorriam de forma ilegal. A operação foi deflagrada em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima.
Em nota divulgada nas redes sociais, o deputado Rarison disse que foi surpreendido, que desconhece os motivos pelos quais foi associado a operação e que nunca teve envolvimento com atividades ilícitas, “especialmente no que diz respeito ao comércio de armas”.
O deputado estadual Rarison Barbosa está no primeiro mandato – foi eleito em 2022 com 3.200 votos. Começou na vida pública como sindicalista, onde presidiu o Sindicato dos Policiais Penais de Roraima (Sindpen). Quando se candidatou, Rarison declarou ter R$ 595 mil em bens.
Nota na íntegra de Miramilton
O Comandante da Polícia Militar do Estado de Roraima, Cel. Miramilton, esclarece que sempre pautou sua atuação profissional pelo mais estrito cumprimento da lei.
Na condição de policial militar possui armas legalizadas e, portanto, registradas pela Polícia Federal. Além disso, é instrutor de tiro e Coleciona-dor, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Ressaltamos, ainda, que nunca sequer foi chamado para prestar esclarecimentos sobre o aludido fato e nega veementemente qualquer participação em atos delituosos.
As medidas judicias serão tomadas para restabelecimento da Justiça.
Herick Feijó
Advogado OAB/RR 1402
Rodolpho Morais
Advogado OAB/RR 269
Samuel Almeida
Advogado OAB/RR 1320
Nota na íntegra de Rarison Barbosa
Em respeito à população e à transparência que sempre norteou a minha atuação, venho a público esclarecer os fatos relacionados à operação que investiga a suposta venda ilegal de armas. Fui surpreendido ao saber que meu nome está vinculado a esta investigação e, desde já, reafirmo que estou à disposição para contribuir com as autoridades competentes, como sempre fiz em todas as situações em que a verdade precisa ser esclarecida.
Desconheço os motivos pelos quais fui associado a esta operação, uma vez que nunca tive qualquer envolvimento com atividades ilícitas, especialmente no que diz respeito ao comércio de armas. Tenho plena confiança na Justiça e na atuação das instituições responsáveis pela apuração dos fatos. Neste sentido, sigo cooperando de maneira proativa para que todas as circunstâncias sejam elucidadas o mais rápido possível.
Reitero meu compromisso com a legalidade, a ética e o respeito as leis, valores que sempre pautaram minha trajetória política e pessoal. Aguardo com serenidade o desenrolar das investigações, certo de que a verdade prevalecerá e tudo será devidamente esclarecido.
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