24 de dezembro de 2024

Ex-panicat filmada chutando PM é condenada por embriaguez, resistência à prisão e desacato

Ana Paula Leme foi sentenciada à pena de 1 ano e 3 meses em regime aberto. Defesa diz que vai recorrer ao TJ-SP por entender que a condenação não se sustenta. Vídeo mostra ex-panicat presa por dirigir embriagada chutando policial militar
A Justiça de Campinas (SP) condenou, em decisão publicada nesta terça-feira (22), a ex-panicat e modelo Ana Paula Leme pelos crimes de embriaguez ao volante, resistência à prisão e desacato. Por ser ré primária, a pena imposta foi de um ano e três meses em regime aberto, além da perda do direito de dirigir por dois meses.
A condenação, assinada pela juíza Chaiane Maria Bublitz Korte, da 4ª Vara Criminal, é referente ao incidente ocorrido no dia 20 de julho em uma loja de conveniência no bairro Cambuí, área nobre de Campinas. À época, Ana Paula foi presa após xingar uma funcionária e chutar um policial militar. Ela pagou fiança e foi solta no dia seguinte.
‘Me chamou de pobre e vaca gorda’, diz funcionária de loja que atendeu ex-panicat presa por embriaguez ao volante
Em nota ao g1, a advogada da ex-panicat, Caroliny Chang Rodrigues, afirmou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça (TJ-SP) pedindo a absolvição da cliente “por entender que a condenação não se sustenta juridicamente”. Veja posicionamento completo nesta reportagem.
Veja detalhamento das condenações:
Resistência: por ter chutado um policial militar durante a prisão;
Desacato: por ter xingado dois policiais militares;
Embriaguez ao volante: por ter dirigido sob influência de álcool.
“A prova dos autos é firme, segura e coerente quanto à prática do tipo penal pela ré, isto é, de que conduziu seu veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool, razão pela qual descabida a absolvição”, afirmou a juíza na sentença.
🔎No regime aberto, o condenado pode trabalhar, estudar ou exercer outras atividades autorizadas pela Justiça, mas precisa se recolher em casa durante a noite e nos dias de folga.
Crime de ameaça
O Ministério Público Estadual (MP-SP) pediu a condenação de Ana Paula também pelo crime de ameaça, mas a juíza considerou que o crime não ficou configurado uma vez que a funcionária da loja afirmou, durante depoimento à Justiça, que não se sentiu ameaçada pela ex-panicat.
Segundo a sentença, Ana Paula Leme poderá continuar em liberdade até o fim do julgamento dos recursos.
Vídeo mostra ex-panicat presa por dirigir embriagada chutando policial militar
Reprodução
O que diz a defesa
Em relação ao crime de embriaguez ao volante, a defesa afirmou que não há provas que confirmem que Ana Paula tenha conduzido o veículo sob efeito de álcool. A advogada alega que a modelo chegou sóbria à loja de conveniência.
“Como não houve teste de etilômetro nem abordagem enquanto a cliente dirigia, a condenação pelo crime de embriaguez ao volante carece de fundamento probatório”.
Sobre os crimes de desacato e resistência, a defesa aponta que a modelo estava visivelmente embriagada no momento da abordagem, “o que comprometeu sua capacidade de discernimento e reação adequada”.
“A defesa questiona a inadequação da abordagem policial, que, ao invés de preservar a segurança da cliente, insistiu no confronto, agravando a situação. A abordagem policial deve sempre observar o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, especialmente em situações nas quais o agente abordado não possui plena capacidade de discernimento”, diz a nota.
ASSISTA: Vídeo mostra ex-panicat presa por dirigir embriagada chutando policial militar em Campinas
Laudo de embriaguez
O g1 mostrou que a Polícia Civil concluiu o inquérito contra a ex-panicat após um laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML) ter confirmado que Ana Paula Leme estava embriagada.
Após a prisão, a modelo se recusou a fornecer sangue para avaliação do teor alcoólico no corpo, mas passou por avaliação no Instituto Médico Legal de Campinas ainda na noite de sábado. No laudo, o médico legista aponta que Ana Paula estava sob efeito de álcool e/ou outras substâncias psicoativas.
Para chegar a essa conclusão, o legista fez o chamado exame clínico de verificação de embriaguez na modelo. Nele, ficou constatado, entre outras coisas, que a ex-panicat estava com:
Hálito discretamente etílico
Atitude agressiva
Pupila reagindo mal à luz
Atenção e concentração dispersiva
Dificuldade de fixar memória
Pulso rápido
Funções sensoriais alteradas
Segundo a Polícia Civil, depoimentos de dois policiais militares, da funcionária da loja de conveniência do posto e de Ana Paula Leme também estão anexados ao inquérito.
Durante oitiva na delegacia, ex-panicat confirmou que chutou o policial militar, que consumiu “pelo menos duas cervejas”, mas negou ter ofendido a funcionária da loja de conveniência do posto.
Quem é Ana Paula
Quem é Ana Paula Leme, ex-panicat presa por dirigir embriagada e chutar PM em Campinas
A ex-panicat de 47 anos,estudou jornalismo na PUC-Campinas e ganhou fama como modelo, tendo posado como capa da revista Playboy e participado do extinto programa Pânico. Atualmente, conta com 177 mil seguidores em seu perfil no Instagram, onde compartilha fotos atuais e momentos marcantes da carreira.
Chute em policial e xingamentos a funcionária
A funcionária da loja de conveniência no bairro Cambuí que relatou a policiais ter sido xingada e humilhada pela ex-panicat contou, em entrevista à EPTV, que a modelo a ameaçou e chamou de “pobre e vaca gorda”.
“Me chamava de CLT, pobre, vaca gorda. Gritava várias vezes que eu era gorda para todo mundo escutar. Falou para voltar a lavar louça, que meu lugar era lá dentro, sendo humilhada”, completou.
‘Me chamava de pobre e vaca gorda’, diz funcionária de loja que atendeu ex-panicat
Raissa de Godoy Uschoa afirmou que, já na delegacia, a modelo a ameaçou de morte. “Ela continuou xingando, falando palavras bem obscenas que estava bem desagradável para todo mundo. Lá dentro ela me ameaçou, falou que quando saísse de lá ia acabar com a minha vida, ia cancelar meu CPF”.
As imagens registraram o momento em que Ana Paula discutia com dois policiais homens. Em seguida, um dos agentes a levou, algemada, para a viatura e o outro, que estava em frente a ela, tomou um chute na genitália.
Após colocá-la na viatura, o policial militar atingido ainda se agachou e parecia sem dores. O caso ocorreu por volta de 21h na loja de conveniência de um posto de combustíveis na Rua Maria Monteiro, no bairro Cambuí, área nobre de Campinas.
Ex-panicat Ana Paula Leme agrediu policial militar ao ser presa por embriaguez em Campinas
Reprodução/EPTV
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