27 de outubro de 2024

Dólar opera em alta, com prévia da inflação acima do esperado

No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,08%, cotada a R$ 5,6923. O principal índice de ações da bolsa de valores brasileira caiu 0,55%, aos 129.233 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar opera em alta nesta quinta-feira (24), com o mercado repercutindo a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do mês.
Em outubro, o índice teve uma alta de 0,54%, muita acima dos 0,13% registrados em setembro e também acima das expectativas do mercado, que previa uma alta menor, de 0,50%.
A prévia da inflação subiu puxada, principalmente, pelo forte avanço da energia elétrica residencial, que teve uma alta de 5,29% no mês, com a mudança da bandeira tarifária para a vermelha patamar 2, que adiciona um custo de R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 10h, o dólar subia 0,30%, cotado a R$ 5,7093. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve queda de 0,08%, a R$ 5,6923.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,11% na semana;
avanço de 4,51% no mês;
ganho de 17,31% no ano.

O
Ibovespa
No véspera, o índice teve uma queda de 0,55%, aos 129.233 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,55% na semana;
perdas de 1,96% no mês;
recuo de 3,69% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
A prévia da inflação acima do esperado reforça as expectativas dos investidores de que a Selic, taxa básica de juros, deve subir mais nos próximos meses.
Hoje, a taxa Selic está em 10,75% ao ano, depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) elevar os juros em 0,25 ponto percentual em sua última reunião. Com a crescente pressão inflacionária, porém, o mercado quer ver novas altas, o que reflete na desvalorização do real, mesmo em um dia em que o dólar opera em baixa em outros países.
Para André Valério, economista do Inter, o problema do IPCA-15 de outubro, para além da aceleração em relação ao mês anterior, foi a composição da alta, que mostrou avanços na inflação de serviços.
“Destacamos também a reversão na deflação de despesas pessoais, cujo resultado em setembro foi influenciado por campanhas de desconto em atividades de lazer. Além disso, observamos aceleração nos gastos com saúde devido ao reajuste autorizado pela ANS nos planos de saúde. Com isso, observou-se pressões sobre a inflação do núcleo e da inflação de serviços”, explica Valério.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, diz que a “inflação de serviços deve continuar pressionada pelo mercado de trabalho aquecido e por ganhos salariais acima da produtividade”, além da seca e outros fatores climáticos, que podem encarecer itens voláteis, como energia e alimentação.
“Os dados do IPCA-15 de hoje reforçam nossa visão de que Copom precisará seguir com o ciclo de alta da Selic nas próximas decisões, com ajustes de 0,5 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro”, destaca Claudia.

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