24 de outubro de 2024

Chuva modifica cenário de pedras e aguapés no Rio Piracicaba, mas não alcança média para outubro

Precipitação no leito do manancial era de cerca de 20,7 milímetros. Marca representa 44,2% em relação à quantidade média esperada para outubro, de 89,30 milímetros. Chuvas modificam cenário de pedras e aguapés no Rio Piracicaba, mas não alcançam média esperada para outubro
Montagem/Reprodução/EPTV
As chuvas que atingiram Piracicaba (SP), nesta quarta (23) e quinta-feira (24), modificaram o cenário do leito do rio que leva o nome da cidade na região da Rua do Porto, mas ainda não foram suficientes para alcançar a média de chuvas esperadas para outubro. Até o fim da primeira quinzena do mês, as pedras aparentes e a presença de aguapés no manancial denunciavam o baixo nível e vazão menor do que a esperada para este período do ano.
🌧️Em 24 horas, foram registrados 20,75 milímetros de chuvas no leito do Rio Piracicaba das 7h de quarta e 7h desta quinta-feira.
📈De 1º a 24 de outubro, foram 39,50 milímetros, segundo números da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), a partir de dados online do Sistema de Alertas a Inundações de São Paulo (Saisp).
🌧️A marca representa 44,2% em relação à quantidade média esperada para outubro, de 89,30 milímetros.
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Chuvas modificam cenário de pedras e aguapés no Rio Piracicaba, mas não alcançam média esperada para outubro
Edijan Del Santo/EPTV
Na cidade
Dados do Posto Meteorológico Jesus Marden do Santos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da USP em Piracicaba, a cidade registrou 33 milímetros de chuvas nesta quarta-feira (23).
A média histórica para o volume de chuvas em outubro é de 109 milímetros, segundo a Estação Convencional do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB).
Pedras aparentes no Rio Piracicaba na manhã desta segunda-feira, dia 30 de setembro/ Arquivo.
Reprodução/EPTV
Vazão
A vazão do Rio Piracicaba às 7h desta quinta era de 51,90 mil litros de água por segundo (m3/s). o valor é 24,65% abaixo da média histórica para outubro, de 68,88 m3/s.
O nível do Rio Piracicaba às 7h desta quinta-feira também estava cerca de 5% abaixo da expectativa para o período. O boletim diário da Sala de Situação das Bacias PCJ indicavam profundidade de 1,46 no momento. A média para outubro é de 1,53 metro.
Até a última terça-feira (22), antes das chuvas, o Rio Piracicaba registrava 18% do volume de chuvas esperado para outubro na região da Rua do Porto na cidade. A vazão e nível seguiam abaixo das expectativas para o mês.
Chuvas
Na manhã desta terça-feira (22), o Rio Piracicaba registrava 16,25 milímetros de chuvas acumuladas em todo mês. O valor representa apenas 18% da quantidade esperada neste período.
O manancial tem registrado volume de chuvas, vazão e nível menores que os parâmetros médios para outubro desde a primeira quinzena do mês.
Previsão de Chuvas para Piracicaba
Reprodução/EPTV
O cenário reflete os números da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), a partir de dados online do Sistema de Alertas a Inundações de São Paulo (Saisp) e medições diárias do Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) do Estado de São Paulo.
Vista do Rio Piracicaba em 15 de outubro de 2024
Beatriz Bisan/g1
Aguapés
As chuvas acumuladas registradas em Piracicaba mudaram o cenário do leito do manancial. No início de outubro, o Rio apresentava predominância de plantas aquáticas na região da Rua do Porto e Ponte do Mirante, que chamava atenção de quem passava pelo trecho.
A presença de aguapés na superfície do leito, além das pedras aparentes que denunciavam nível crítico, é uma das evidências de que oxigenação da água e a poluição do manancial são alarmantes. O cenário pode provocar mortandade de peixes, conforme alerta pesquisador da USP. 📝Entenda por que na reportagem.
🏞️A vista do Elevador Turístico deixa evidente as manchas verdes em cima da água. De acordo com o Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (Daee), o nível do Rio Piracicaba estava em 0.93 metro às 7h no último dia 10 de outubro.
Acúmulo de aguapés não é bom sinal, segundo especialista
Edijan Del Santo/ EPTV
📉A marca é quase 40% abaixo da profundidade média estimada para outubro, que é de 1,5 m. A vazão do manancial também era 77% menor que a esperada para essa época do ano.
🥛Análise da água
Uma análise do campus da Universidade de São Paulo (USP) de Piracicaba, aponta que o índice de poluição da água no Rio está cerca de quatro vezes acima do ideal.
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O professor e pesquisador em Ecologia Aplicada, Plínio Barbosa de Camargo, responsável pela Divisão e Funcionamento de Ecossistemas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), explica que o índice de sais dissolvidos, que demonstra o nível de poluição, está bastante elevado, em torno dos 800.
“São valores muito altos e característicos deste período seco. É como se estivéssemos jogando fertilizantes dentro da água. A título de comparação, em momentos quando o Rio Piracicaba está mais cheio, o índice de sais cai para 200. A planta aquática cresce exatamente pelo rebaixamento do rio. Então, como o aguapé fica exposto à luz e à agua que passa por essas plantas, com muito nutrientes, essa vegetação deve continuar a crescer até o nível subir de novo”, comenta.
Aguapés no Rio Piracicaba
Claudia Assencio/g1
Oxigenação em nível crítico
Ainda de acordo com Plínio Camargo, as coletas analisadas pelo laboratório da USP em Piracicaba demonstraram que o nível de oxigenação da água no Rio Piracicaba está bastante crítico.
“A medida de oxigênio feita deu em torno de 3,5. Um nível crítico. O ideal seria sempre acima de cinco. Alguma descarga de matéria orgânica, seja por revolvimento ou por descarte, pode fazer o índice de oxigenação baixar repentinamente e gerar a próximo de zero, causando mortandade de peixes”, alertou.
Presença de aguapés no Rio Piracicaba preocupa especialista.
Edijan Del Santo/EPTV
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