25 de outubro de 2024

Grupo curdo reivindica autoria de atentado a estatal aeroespacial da Turquia

Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) afirmou em comunicado nesta sexta (25) que está por trás do ataque, que deixou cinco mortos e 22 feridos. O PKK é considerado terrorista pelo governo turco. Estatal aeroespacial da Turquia é alvo de ataque; ministro do interior fala em terrorismo.
Agência Ihlas via Reuters
O grupo militante Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) assumiu nesta sexta-feira (25) a responsabilidade pelo ataque terrorista contra a estatal espacial turca perto de Ancara. O atentado, ocorrido na quarta, deixou cinco mortos e 22 feridos, informou em comunicado nesta sexta-feira. O PKK é considerado terrorista pelo governo da Turquia.
Dois agressores –um homem e uma mulher– realizaram o ataque na quarta-feira com fuzis automáticos e explosivos e deixaram cinco mortos e 22 feridos. O governo da Turquia havia identificado na quinta que os dois autores do ataque eram combatentes do PKK. Os dois autores do ataque também morreram.
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Nas imagens registradas pelas câmeras de segurança, os dois são vistos saindo de um táxi com um fuzil e abrindo fogo contra funcionários da sede das indústrias de defesa turcas, a cerca de 40 km de Ancara, a capital.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta sexta que os autores do atentado se infiltraram no país a partir da Síria, segundo a mídia local. Erdogan prometeu erradicar o terrorismo em sua origem na Síria, acrescentando que a Turquia continuará sua luta contra militantes até o fim.
O PKK, classificado como terrorista pela Turquia e pelos seus aliados ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, tem travado uma insurgência contra o Exército turco desde 1984.
Na Turquia, 5 pessoas morrem e 22 ficam feridas em atentado contra empresa aeroespacial perto de Ancara
Reprodução/TV Globo
Em resposta ao ataque, o Exército da Turquia bombardeou alvos do PKK no Iraque e na Síria, na quinta e nesta sexta (25), segundo o Ministério da Defesa turco. Um total de 81 alvos do grupo curdo, 47 na quinta e 34 nesta sexta, foram “destruídos com sucesso”, afirmou o órgão. (Leia mais abaixo)
Fontes de segurança informaram separadamente que a Organização Nacional de Inteligência da Turquia (MIT) atingiu um total de 120 alvos do PKK no Iraque e na Síria desde o ataque em Ancara.
A Turquia considera as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), um dos principais integrantes das Forças Democráticas Sírias (FDS), um ramo do PKK.
Bombardeios a estruturas do PKK
A Turquia anunciou nesta quinta que lançou ataques aéreos contra membros do PKK no norte da Síria e no Iraque durante a noite de quarta, matando 59 militantes, em resposta a um ataque armado que matou cinco pessoas em Ancara, segundo o Ministério da Defesa.
Ao todo, 29 alvos do PKK no norte do Iraque e 18 no norte da Síria foram atingidos pelas forças turcas, afirmou o ministro da Defesa, Yasar Guler. Mais tarde, seu ministério afirmou que 59 militantes, incluindo dois supostamente de “alto escalão”, foram “neutralizados”, termo geralmente usado para indicar que foram mortos.
Estatal aeroespacial da Turquia é alvo de ataque; ministro do interior fala em terrorismo
As Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos EUA, disseram nesta quinta-feira que os ataques turcos no norte e leste da Síria mataram 12 civis, incluindo duas crianças, e feriram 25 pessoas.
“Nas últimas horas, (…) uma nova onda de ataques no norte e leste da Síria matou 12 civis, entre eles duas crianças, e deixou 25 feridos”, afirmaram em comunicado as Força Democráticas Sírias (FDS), braço armado da administração autônoma curda na Síria.
“Além de áreas habitadas, caças turcos e veículos aéreos não tripulados (drones) atacaram centrais de energia, instalações de petróleo e postos de controle das Forças de Segurança Interna”, completou a FDS.
As Forças Democráticas Sírias (FDS), que têm apoio dos Estados Unidos, estiveram na linha de frente da luta em 2019 para expulsar os extremistas do grupo Estado Islâmico dos seus últimos redutos na Síria.
Lideradas pelas Unidades de Proteção Popular Curda (YPG) e incluindo combatentes árabes, as SDF têm sido um importante parceiro da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico. Elas controlam um quarto da Síria, incluindo campos de petróleo e áreas onde cerca de 900 tropas americanas estão posicionadas.

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