26 de outubro de 2024

Chuvas dos últimos dias ajudam a aumentar níveis de reservatórios em Poços de Caldas e Lavras, MG

Chuva ajudou a elevar os níveis da Represa Saturnino de Brito e do Funil. Chuvas aumentam volume de água em reservatórios de Poços de Caldas, MG
A chuva que tem caído no Sul de Minas nos últimos dias já impacta nos reservatórios de água da região. Na Represa Saturnino de Brito, em Poços de Caldas (MG), não há mais a necessidade das bombas. As chuvas também melhoraram os níveis do Reservatório do Funil, na região de Lavras. (Veja mais abaixo)
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Em Poços de Caldas, choveu durante toda a madrugada e manhã desta sexta-feira (25). Segundo a Climatempo, já choveu 193 milímetros desde o início de outubro.
Tanto a Represa do Cipó, que é o maior reservatório da cidade, mas também para Saturnino de Brito, que é bem menor, mas é a principal responsável por abastecer a Zona Leste de Poços de Caldas.
Chuvas dos últimos dias ajudam a aumentar níveis de reservatórios em Poços de Caldas e Lavras
Reprodução EPTV
Por causa do baixo nível durante a estiagem, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) vinha bombeando a água do volume morto, ou seja, da reserva técnica da Saturnino de Brito.
Isso porque o nível estava tão baixo que a água já não chegava no orifício de onde ela vem e desce por gravidade até chegar na Estação de Tratamento do bairro do São Benedito no Centro da cidade.
Com as chuvas dos últimos dias, essa água agora já atingiu novamente esse orifício e já está vertendo de forma natural, ou seja, por gravidade. Mesmo assim, uma balsa com uma bomba elétrica continua na represa por precaução.
O DMAE informou também que o rodízio que vinha sendo feito praticamente foi suspenso. No entanto, o departamento continua fazendo o corte de até cinco horas.
O departamento também informou que já começou a traçar metas para evitar que essa situação se repita no ano que vem. A principal medida que deve ser feita é o chamado desassoreamento, ou seja, fazer uma limpeza dentro desses reservatórios, tirando sedimentos, terra, que vão se acumulando com o passar do tempo, para aumentar a capacidade de armazenamento de água dos reservatórios de poços de caldas.
Chuvas ajudam a aumentar o nível da Represa do Funil, em Lavras
Reprodução EPTV
“Hoje os reservatórios trabalham já no seu limite máximo. Nós já paramos de captar água bombeada daqueles fornecedores que nos cederam açudes e ribeirões, de terceiros. Estamos trabalhando já com a água tanto do Cipó quanto na Saturnino. A Saturnino já começou a verter pelo orifício calibrado, o que demonstra que as chuvas realmente fizeram efeito e que nós já superamos a crise e felizmente agora é ter controle,
porque nós precisamos começar a trabalhar para o fornecimento atual e reservação para o próximo período do ano que vem, que é o que a gente faz durante todo o período de chuva”, disse o diretor-presidente do DMAE, Paulo César Silva.
Represa do Funil
Na Represa do Funil, em Lavras (MG), o nível, que estava em 26% de sua capacidade, subiu para 30% com as últimas chuvas de outubro.
O reservatório do funil é muito importante para a geração de energia. Na verdade, mais de 90% da sua capacidade é para a geração de energia. Um pouco dessa água é também utilizada para a irrigação.
Nível dos reservatórios sobe após chuvas em Lavras, MG
“Bom, o Reservatório do Funil é a nível constante. Então houve um período de seca muito prolongado que reduziram as vazões do Rio Grande, afluente da Hidrelétrica do Funil. Automaticamente a capacidade de produção de energia da hidrelétrica diminui bastante porque ela depende principalmente da vazão do rio, porque nós não conseguimos alterar o nível do reservatório. Então o impacto foi muito grande na geração da energia elétrica. Com o aumento das chuvas, a vazão do rio começa a aumentar também e a capacidade de produção de energia começa a subir também”, explicou o professor de hidrologia da Ufla, Gilberto Coelho.
Conforme o professor, o mais difícil é fazer com que os reservatórios se mantenham em níveis aceitáveis após o período chuvoso.
“Eu costumo dizer sempre que encher o reservatório é fácil. Manter ele cheio que é difícil. Por quê? Nós precisamos de um ano hidrológico muito bom para que as chuvas sejam duradoras, elas infiltram, recarregam os lençóis e mantêm a vazão mínima no período de estiagem num valor interessante, aí você consegue manter o reservatório cheio. Isso acontece principalmente com Furnas”, disse o professor.
Ainda segundo o professor, os estudos indicam que daqui pra frente os períodos chuvosos serão ainda menores que os de estiagem.
“Agora, o que nós estamos experimentando? Segundo os cenários de mudança climática, nós estamos experimentando um achatamento do período de chuvas e, consequentemente, um aumento do período de estiagem. Principalmente de novembro a fevereiro e no passado era constante chuvas de outubro a março, então nós vamos experimentar o encurtamento do período de chuvas e consequentemente um aumento do período de estiagem e isso pode trazer consequências negativas para nossa matriz energética que é principalmente baseada em hidrelétricas”, completou o professor.
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