Dois funcionários do ex-deputado Raul Lima foram presos por executarem o crime contra Toinho da Aderr. Polícia afirma que disputa por terra motivou o crime. Ex-parlamentar ainda não se pronunciou sobre a acuação. Raul Lima é ex-deputado federal por Roraima e dono de uma concessionária de motos no estado
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O ex-deputado federal e empresário Raul Lima é apontando pela Polícia Civil como mandante do assassinato do candidato a prefeito de Amajari, no Norte de Roraima, Toinho da Aderr (PRD), de 66 anos, morto com quatro tiros. Dois funcionários do ex-parlamentar, um de 44 anos e outro de 32, foram presos por executarem o crime.
A motivação do homicídio foi uma disputa por terras que Raul Lima tinha com Toinho, e que perdurava havia 15 anos, segundo a Polícia Civil.
O ex-parlamentar foi procurado pelo g1, mas não enviou resposta até a última atualização da reportagem. Ele é dono de uma das maiores concessionárias de motos no estado.
👉 Toinho da Aderr, como era conhecido, foi baleado em casa, no Amajari, por volta das 23h do dia 24 de setembro – à época ocorria o período eleitoral. Atingido com ao menos quatro tiros que o acertaram no peito, ombro esquerdo, barriga e na perna esquerda, o candidato foi levado ao Hospital Geral de Roraima, onde não resistiu e morreu quatro dias após sofrer o atentado.
Candidato Toinho da Aderr foi ferido com ano menos quatro tiros
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Segundo a Polícia Civil, quando foi socorrido ainda com vida, Toinho disse que o mandante era Raul Lima e também mencionou o funcionário de 32 anos como um dos que havia atirado.
“Toda investigação aponta aos dois como executores [funcionários] e ao empresário [que também é ex-deputado] como o mandante. Os três foram indiciados pelos crimes na Delegacia de Pacaraima”, disse um dos delegados do caso, Valdir Tomasi.
Os dois ex-funcionários foram presos por ordem judicial durante a “operação Mercenários”, deflagrada nessa sexta-feira (25).
Investigação
Nas investigações, a Polícia Civil identificou que os funcionários do ex-deputado agiram da seguinte forma: o de 44 anos foi a pessoa que organizou a logística do crime, enquanto que o de 32 efetuou os disparos contra Toinho. Raul Lima ofereceu “recompensa financeira para a execução do crime”, segundo a polícia.
Os funcionários foram presos na noite dessa sexta-feira (25), em Boa Vista. Um foi encontrado no bairro Asa Branca e outro no Cambará, ambos na zona Oeste da cidade. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, documentos e outros objetos que podem contribuir para a investigação.
As investigações, segundo o delegado Tomasi, “não deixam dúvidas da participação” dos investigados.
“As investigações foram complexas. Desde o início das diligências já tínhamos uma linha de investigação que veio se confirmando ao longo do trabalho. Na medida que as investigações foram se aprofundando, conseguimos identificar todos os envolvidos. Passamos então por uma nova fase que foi comprovar a participação deles e representar por suas prisões”, disse o delegado, acrescentando que:
“Para a Polícia Civil não restam dúvidas de que o crime foi motivado por disputa de terra. Foi um crime encomendado”.
Buscas na fazenda do ex-deputado federal
Ainda como desdobramento das investigações, a polícia fez buscas na fazenda do ex-deputado, também na região do Amajari.
Na propriedade foram apreendidos uma espingarda calibre 20, sete munições de calibre 28, um coldre de pistola/revólver e armas brancas. O caseiro da fazenda, de 46 anos, foi preso em flagrante pelo crime de posse irregular de arma de fogo e munições de uso permitido.
O caseiro foi levado à Delegacia de Pacaraima, onde foi feito o auto de prisão em flagrante. Ele deve passar por audiência de custódia neste domingo (27).
Raul da Silva Lima Sobrinho, o Raul Lima, tem 58 anos, e foi deputado federal no período de 2011 a 2015, quando foi eleito pelo PP com 8.357 votos. À época, ele declarou ter R$ 1.096.369,28 em bens.
Raul Lima na época em que foi deputado federal por Roraima
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