28 de outubro de 2024

MP denuncia três vereadores de Ubatuba (SP) investigados por suposto esquema de rachadinha

Eugênio Zwibelberg (Avante), Josué D’menor (Podemos) e Júnior Jr (Podemos) chegaram a ser afastados da Câmara de Ubatuba por conta da investigação do caso, mas já retornaram aos cargos. Outras 10 pessoas foram denunciadas pelo MP no mesmo processo. Eugênio Zwibelberg (Avante), Josué D’menor (Podemos) e Júnior Jr (Podemos) foram afastados
Reprodução
O Ministério Público de São Paulo denunciou três vereadores de Ubatuba (SP) investigados por organizar e manter um suposto esquema de rachadinha na Câmara Municipal.
A atividade se dá quando funcionários em cargos de confiança entregam parte de seus salários para os políticos.
Os vereadores denunciados pelo MP são Eugênio Zwibelberg (Avante), Josué D’menor (Podemos) e Júnior Jr (Podemos). Além deles, o órgão ofereceu denúncia nesta sexta-feira (25) contra outras dez pessoas, incluindo parentes dos vereadores.
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A investigação começou em março de 2023, após o Ministério Público receber denúncias sobre a prática de rachadinha Câmara dos Vereadores de Ubatuba.
De acordo com o MP, os três vereadores indicavam pessoas para cargos comissionados na prefeitura e exigiam que esses servidores repassassem parte do salário a eles em troca de serem mantidos nos cargos.
Cada um dos vereadores exigia diferentes valores. O montante total recebido por eles não foi revelado.
No documento entregue à Justiça, o MP aponta que há “demonstrados indícios suficientes de autoria e prova de materialidade delitiva” do crime cometido pelos denunciados.
Além de tratar sobre o esquema de rachadinha, o relatório do MP também aponta que os vereadores cometeram outros crimes para manter o esquema ativo.
Segundo o MP:
Josué D’menor teria mantido uma testemunha em cárcere privado após ela não repassar parte do salário ao vereador e ameaçar denunciar o esquema.
Já Júnior JR é citado como envolvido na morte de um motorista de aplicativo que denunciou o esquema de rachadinha – em agosto de 2023 a vítima, de 44 anos, foi encontrada morta, amordaçada e com as mãos amarradas.
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Reprodução/Câmara Municipal
Ainda na denúncia do MP, o órgão pede que os três vereadores sejam afastados imediatamente dos cargos até o final do ano, além de serem proibidos de entrarem em contato com outros envolvidas na investigação. O processo está em segredo de Justiça.
Eugênio Zwibelberg (Avante), Josué D’menor (Podemos) e Júnior Jr (Podemos) foram candidatos nas eleições de 2024, mas nenhum deles conseguiu se eleger.
O g1 tenta contato com a defesa de todos os denunciados, mas não obteve retorno até a publicação.
Investigação
No dia 31 de agosto de 2023 os três vereadores foram afastados da Câmara por conta da investigação. Na ocasião, policiais civis e promotores apreenderam documentos e computadores nos gabinetes e nas casas dos políticos.
Além de terem os mandatos suspensos, o trio foi proibido de frequentar a Câmara e de manter contato com os outros investigados.
Em fevereiro de 2024, a Justiça determinou que Eugênio Zwibelberg – até então no União Brasil – retornasse ao cargo. Júnior JR e Josué D’menor – então no Avante – retornaram à função em março do mesmo ano.
Apesar de retornarem ao cargo, os parlamentares seguiram proibidos de entrar em contato com os outros investigados.
De acordo com a investigação do Ministério Público, os vereadores nomeavam servidores para o gabinete e indicavam outros funcionários para a prefeitura e para a câmara. Após isso, os vereadores exigiam que parte do salário dos servidores fossem entregues a eles, tanto em espécie quanto em transferências.
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