30 de outubro de 2024

Israel diz que prendeu 100 membros do Hamas em operação em hospital de Gaza e divulga imagens de armas e soldados

Autoridades de saúde de Gaza e o grupo extremista palestino negaram qualquer presença militante no hospital, que as forças israelenses invadiram na sexta-feira (25) e deixaram apenas no sábado (26). Israel divulga imagens feitas por câmeras corporais de soldados durante operação em Gaza
As Forças de Defesa de Israel divulgaram, nesta segunda-feira (28), imagens da operação que suas tropas fizeram no Hospital Kamal Adwan, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
Três dias após o Exército invadir o local, um comunicado enviado através das redes sociais diz que aproximadamente 100 pessoas foram presas, “incluindo terroristas que tentaram escapar durante a evacuação de civis”, e que “armas, fundos terroristas e documentos de inteligência” foram encontrados dentro da estrutura do hospital e na área ao redor.
Armas que teriam sido encontradas em hospital em Jabalia
Forças de Defesa de Israel / Divulgação
Autoridades de saúde de Gaza e o grupo extremista palestino negaram qualquer presença militante no hospital. Para se defender das acusações feitas e diminuir a pressão internacional, Israel afirma que garantiu a proteção de civis:
“Antes de começar as varreduras no complexo, os soldados permitiram que civis deixassem o hospital. Para manter os sistemas hospitalares essenciais e garantir o atendimento ao paciente, a Administração de Coordenação e Ligação de Gaza (CLA) coordenou com o hospital para ativar um gerador adicional, garantindo o fornecimento de eletricidade e oxigênio para os pacientes”.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que as tropas detiveram dezenas de profissionais da área médica e danificaram o hospital, que já estava com dificuldades para operar devido aos fortes ataques israelenses na área.
“Alguns dos terroristas totalmente identificados se disfarçaram de equipe médica, então não tivemos outra alternativa a não ser verificar a equipe médica também”, disse um oficial militar a jornalistas em uma entrevista coletiva online.
O oficial admitiu que as tropas causaram danos limitados ao hospital ao entrarem e que os soldados também tiveram que destruir o que ele descreveu como equipamentos de “uso duplo”, como tanques de oxigênio que, se detonados, poderiam ter ferido qualquer pessoa no complexo.
Soldados de Israel revistando documentos em hospital
Forças de Defesa de Israel / Divulgação
A equipe médica se recusou a evacuar o hospital ou deixar seus pacientes sem atendimento. Centenas de palestinos deslocados também estavam abrigados lá.
“Eles evacuaram todos os que estavam abrigados aqui… Eles separaram os homens das mulheres e fizeram duas filas, foi muito humilhante para os nossos homens, pois eles os levaram sem roupas e sem nada para se cobrir”, disse Mayssoun Alian, uma enfermeira do hospital.
A informação de que os homens foram despidos para serem revistados em busca de armas também foi confirmada pelo oficial na coletiva de imprensa.
A versão do Hamas
Ambulância destruída após operação do Exército de Israel no hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, em 26 de outubro
AFP
Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas, pelo menos 44 dos 70 membros da equipe do hospital foram detidos pelo Exército de Israel na operação, mas que 14 pessoas, incluindo o diretor do hospital, foram liberadas depois.
Imagens divulgadas pela pasta mostraram danos a vários edifícios depois que as forças israelenses se retiraram. Três enfermeiras ficaram feridas durante o ataque e três veículos de ambulância foram destruídos, informou o ministério.
Antes da invasão, os médicos disseram que pelo menos 600 pessoas estavam no hospital, incluindo pacientes e seus acompanhantes.
“A segurança e a vida dos pacientes que foram deixados dentro do hospital Kamal Adwan sem equipe médica e sem a medicação tão necessária estão em risco agora”, disse Marwan Al-Hams, do Ministério da Saúde local.
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