A Justiça autorizou a Polícia Civil a analisar os telefones do autor e da vítima para apurar a exata motivação para o crime. Caso aconteceu no dia 11 de outubro, em Lagoa da Prata. Rute Maria dos Santos vítima feminicídio Lagoa da Prata
Reprodução/Facebook
A Polícia Civil informou que encaminhou à Justiça o inquérito que apura a morte de Rute Maria dos Santos, de 38 anos, encontrada morta no dia 11 de outubro. O marido dela é apontado como suspeito, após dar um golpe de “gravata” na esposa, durante uma discussão dentro do carro. Após cometer o crime, em Lagoa da Prata, ele deixou o corpo de Rute na porta da casa e fugiu.
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O delegado Ivan Lopes, responsável pelo caso, comentou sobre quais crimes o homem vai responder:
“O autor foi indiciado por feminicídio majorado, é quando a vítima tem filhos menores de idade e também por aborto provocado sem o consentimento da gestante”.
O delegado disse ainda que a motivação do crime seria ciúmes, pois o autor, em depoimento, confirmou que a mulher teria admitido ter um relacionamento extraconjugal, o que ainda não foi confirmado pela Polícia Civil.
Dias antes do crime, Rute teria sofrido um aborto, como explicou o delegado: “O médico-legista não encontrou feto no útero da vítima, mas encontrou sangramento. Isso indica que a vítima fez ou sofreu um aborto dias antes do homicídio”.
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Segundo o delegado, a Justiça autorizou a análise de dados dos telefones celulares do autor e da vítima: “Para apurar a exata motivação do crime e, principalmente, esclarecer se o aborto foi espontâneo ou realmente provocado, com ou sem o consentimento da mulher”, completou.
Somente pelo crime de feminicídio, após nova lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 9 de outubro, o homem pode ser condenado a, no mínimo, 20 anos de cadeia. “É de 20 a 40 anos, com aumento de pena de 1/3 até 1/2. E o aborto provocado tem pena de 3 a 10 anos”, explicou o delegado Ivan Lopes..
Discussão teria começado na casa da família
Segundo a Polícia Militar, houve uma discussão na residência do casal e, durante a briga, o homem queria sair de casa, mas a esposa não teria aceitado.
Passado algum tempo, eles resolveram sair e deixar os filhos em casa. No trajeto, marido e mulher teriam começado a discutir novamente. O homem teria questionado a esposa sobre uma suposta traição, que ela acabou confirmando, segundo relato dele.
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Polícia Militar/Divulgação
Rute ainda teria tentado sair do veículo, mas foi segurada pelo pescoço e morta com um golpe conhecido como “gravata”.
Em seguida, o homem voltou para casa, no Bairro Sol Nascente, deixou o corpo da mulher na calçada em frente à residência, e fugiu até uma estrada vicinal de Japaraíba, a cerca de 10 km de distância.
Como o carro atolou na lama, abandonou o veículo e voltou a pé até um bar no bairro onde mora, onde foi localizado e preso em flagrante, no dia seguinte, confessando o crime.
O casal, que estava junto há mais de 20 anos, tinha quatro filhos, sendo duas jovens de 19 e 20 anos, um adolescente de 17 anos e uma menina de 12 anos.
O adolescente, que no dia do crime tinha 17 anos, completou 18 no último domingo (27) e, junto com a irmã menor, ficou sob a responsabilidade das duas irmãs mais velhas
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