Todos vestiam camisetas com os dizeres ‘Justiça para Marielle e Anderson’. Família de Marielle chega de mãos dados ao julgamento e recebe flores de manifestantes
As famílias da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes chegaram juntas ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) na manhã desta quarta-feira (30) para o início do julgamento dos dois homens apontados como os executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.
Todos vestiam camisetas com os dizeres “Justiça para Marielle e Anderson”. Foi formado um corredor humano para a entrada e houve um pequeno tumulto, com muitas pessoas ao redor do grupo. Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos no dia 14 de março de 2018, na região central do Rio de Janeiro.
Marinete, mãe de Marielle Franco, caminha ao lado da neta, Luyara, filha da vereadora, em direção ao Tribunal de Justiça do Rio
Reprodução/ TV Globo
Ronnie e Élcio foram presos como executores do crime no dia 12 de março de 2019.
“São quase sete anos de muita dor, de vazio, de uma mulher que lutava exatamente contra isso e que foi assassinada da maneira que foi”, afirmou Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, durante manifestação.
Ato
Manifestação pede justiça por vítimas de violência antes do julgamento de acusados de matar Marielle Franco
Mais cedo, cerca de duas horas antes do começo do júri popular, as famílias participaram de um ato. Mães de vítimas de violência no estado — em sua grande maioria de negros — fizeram um ato em frente do Tribunal de Justiça exigindo respostas sobre o duplo assassinato.
Com cartazes e girassóis nas mãos, dezenas de manifestantes de diversos movimentos sociais do Complexo do Alemão, Acari, Complexo da Maré, São Gonçalo e Niterói, com cantos e gritos por justiça, exigiam respostas e reparação sobre o assassinato de Marielle e Anderson.
O protesto foi organizado pelo Instituto Marielle Franco e tem a presença de movimentos de mães que perderam os filhos vítimas de violência policial no RJ, organizações de direitos humanos e ativistas sociais. Os pedidos são por justiça e punição dos acusados.
Julgamento
Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos no dia 14 de março, no Rio de Janeiro
Reprodução/TV Globo
Ronnie Lessa admitiu ser o autor dos disparos e Élcio Queiroz confessou ter dirigido o veículo usado no ataque.
Nesta quarta, durante o júri popular, o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) buscará a pena máxima de 84 anos para cada um dos réus. Caberá a sete jurados do Conselho de Sentença decidir pela condenação ou pela absolvição.