Polícia suspeita que os golpistas fizeram mais de uma dezena de vítimas pelo país, aplicando golpes no Tocantins, Minas Gerais, Paraná, e Mato Grosso do Sul. Viatura da Polícia Civil do Tocantins
Divulgação/Polícia Civil do Tocantins
A Polícia Civil do Tocantins cumpriu três mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (30), contra suspeitos de aplicar golpes na internet. Uma das vítimas foi um morador de Paraíso do Tocantins, que teve um prejuízo de R$ 50 mil após tentar comprar o carro de um anúncio falso. Os mandados foram cumpridos em Mato Grosso.
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Segundo a polícia, em julho deste ano, um morador de Paraíso viu o anúncio de uma pick-up em uma plataforma de vendas no valor de R$ 50 mil e entrou em contato com o suposto vendedor. A vítima então depositou o valor na conta do golpista e depois que não recebeu o veículo no prazo estipulado percebeu que tinha caído em um golpe. O morador então procurou a delegacia e registrou o caso.
As investigações da Polícia Civil, apontaram que parte da quadrilha de golpistas estava em Mato Grosso. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o delegado responsável pelo caso Antônio Onofre de Oliveira, representou por mandados de prisão e busca e apreensão junto ao Poder Judiciário, no entanto, apenas as ordens de busca foram deferidas e cumpridas, na manhã desta quarta. Também foi determinado o bloqueio de R$ 350 mil das contas dos investigados.
Durante a ação foram apreendidos objetos relacionados ao crime e uma motocicleta supostamente adquirida com o dinheiro do golpe aplicado contra a vítima de Paraíso. De acordo com as investigações, os golpistas fizeram mais de uma dezena de vítimas pelo país em estados como Tocantins, Minas Gerais, Paraná, e Mato Grosso do Sul.
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Como os golpes eram aplicados?
Durante a investigação, os policiais descobriram que o suspeito entrava em contato com uma pessoa que estava anunciando um veículo em uma plataforma de vendas online. Em seguida, ele pedia fotos e vídeos desse veículo para depois criar um outro anúncio, sem o conhecimento do anunciante original.
Na plataforma, o golpista anunciava um valor bem abaixo do que estava sendo oferecido, atraindo interesse de compradores. Depois ele entrava em contato com o vendedor novamente para informar que uma pessoa – a vítima que ia comprar o veículo – iria olhar o carro e pagar um valor maior, mas pedia para não conversar sobre valores.
Depois que a vítima confirmava a existência do veículo pessoalmente, ela e o anunciante iam ao cartório para fazer a transferência do carro ou moto. A vítima então depositava o dinheiro na conta do golpista e o anunciante imaginava que estava recebendo o valor. Depois do pagamento, o suspeito bloqueava as vítimas.
Segundo a polícia, o titular da conta bancária beneficiária do golpe era da cidade de Várzea Grande (MT) e os responsáveis pela movimentação financeira eram da cidade de Cuiabá. Os suspeitos de interagirem com as vítimas, também são da capital de Mato Grosso.
Esquema sofisticado
A polícia identificou que o esquema realizado dificultava o rastreamento das atividades do grupo. Isso porque os golpistas entravam em contato com alguém que possuía conta na plataforma, diziam que iriam comprar um celular e pediam um favor. Essa ‘ajuda’ seria uma postagem do anúncio de venda do veículo usado no golpe.
Sendo assim, o anúncio não era publicado pelo golpista, mas sim por outra pessoa enganada, que pensava estar vendendo algo para o susposto comprador. A polícia também identificou que um dos envolvidos teria adquirido uma motocicleta no valor de R$ 32,5 mil, pagos em espécie, com valor proveniente dos golpes. A motocicleta foi apreendida.
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