25 de dezembro de 2024

Carro vendido por Ferreirinha, jogador do São Paulo FC, vira caso de polícia após golpe


Aldemir Ferreira, o ‘Ferreirinha’, alega ter vendido a Land Rover avaliada em R$ 470 mil após assinar com o São Paulo Futebol Clube. Comprador afirma ter caído em ‘golpe’ ao repassar o veículo. Carro que já foi de atacante do SPFC (à esq.) vira caso de polícia após novo dono (à dir.) cair em golpe
Polícia Civil e Arquivo Pessoal
O comerciante Raphael Waideman, de 39 anos, alega ter caído em um golpe durante a venda de uma Land Rover, avaliada em R$ 470 mil, para um homem que fugiu sem pagar. Ao g1, a vítima disse que o suspeito repassou o carro antes de deixar o país rumo a El Salvador, na América Central. O veículo já pertenceu ao atacante Aldemir Ferreira, o Ferreirinha, do São Paulo Futebol Clube.
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Policiais do 3° Distrito Policial (DP) de Praia Grande, no litoral de São Paulo, localizaram a Land Rover na garagem de um condomínio na Rua José Carlos Pacce, no bairro Vila Caiçara, na terça-feira (29). O automóvel estava em posse de um empresário da cidade, que afirmou ter comprado o veículo do suspeito de aplicar o golpe em Waideman.
Em nota, a assessoria de Ferreirinha afirmou que o atleta decidiu vender a Land Rover no início da temporada, quando foi contratado pelo São Paulo FC. Segundo o comunicado, ele procurou a empresa RW Consultor de Negócios LTDA, que pertence a Waideman e fez a “quitação integral do valor”.
Ao g1, Waideman disse que, inicialmente, esteve com o veículo em consignação para venda. De acordo com ele, o suspeito surgiu como um comprador e, apesar de ter ficado com o carro, não fez o pagamento e fugiu para El Salvador.
O empresário encontrado pela polícia com o automóvel, por sua vez, alegou ter recebido o carro como parte do pagamento por um terreno. Ele acrescentou que o negócio foi fechado em maio e que a documentação do veículo foi regularizada em nome da própria construtora.
Antigo carro de Ferreirinha
Carro que já foi de atacante Ferreirinha, do SPFC, vira caso de polícia após novo dono cair em golpe
Redes Sociais e Polícia Civil
Ao g1, Waideman contou que vende carros de luxo para jogadores de futebol há aproximadamente 10 anos. Ele disse ter sido procurado por Ferreirinha e repassado a Land Rover em troca de uma Porshe para o atacante. O negócio, segundo ele, foi firmado em fevereiro deste ano.
De acordo com o comerciante, uma vez que o suspeito se apresentou como um possível comprador da Land Rover, ele sequer transferiu o automóvel para a própria empresa, a RW Consultor de Negócios LTDA. Desta forma, o veículo continuou no nome de Ferreirinha, ainda segundo Waideman.
Procurado pela equipe de reportagem, o São Paulo Futebol Clube informou que não tem conhecimento sobre o caso, mas que se trata de uma questão pessoal a ser respondida pela assessoria do jogador.
Comerciante e o golpe
Waideman disse à Polícia Civil que um contrato verbal foi realizado entre ele e o golpista, que se comprometeu a pagar R$ 470 mil pelo veículo, com depósitos semanais entre R$ 20 a R$ 30 mil. Ele afirmou também que esta não foi a primeira vez em que negociou veículos com o suspeito.
O comerciante acrescentou à corporação que, após o acordo verbal, foi informado sobre o comprador ter fugido do Brasil e estar “quebrado” financeiramente. O caso foi registrado como estelionato junto à Polícia Civil em 22 de outubro.
Ao g1, Waideman alegou que, apesar de ter solicitado a transferência, por questões “burocráticas do cartório”, o carro ainda constava no nome de Ferreirinha. Ele ressaltou, porém, que é o dono do veículo, tendo solicitado ao atleta uma procuração para que pudesse registrar o BO na delegacia.
“Meus advogados entraram em contato [com a polícia]”, disse o comerciante. “Agora a gente vai ter que entrar judicialmente para ver quem está certo e quem está errado. O carro está bloqueado como fiel depositário [atribuição dada a alguém para guardar um bem durante um processo judicial]”.
Segundo a Polícia Civil, o veículo “permanecerá com o atual possuidor [o empresário de Praia Grande] até resolução judicial”. O caso foi registrado como estelionato no 44° DP de Guaianazes, com acréscimo das tipificações de “localização, apreensão e entrega” no 3° DP de Praia Grande.
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