2 de novembro de 2024

Inquérito militar conclui que não houve má conduta de PMs em morte de jovem atleta do Sport vítima de bala perdida


Inquérito criminal conduzido pela Polícia Civil também foi concluído e entregue ao MPPE, mas não foi divulgado. Dárik Sampaio da Silva, de 13 anos, foi atingido durante perseguição em março deste ano. Darik Sampaio da Silva, de 13 anos, vítima de bala perdida no bairro do Jordão, Zona Sul do Recife
Reprodução/TV Globo
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Polícia Civil concluíram as investigações sobre a morte do adolescente Dárik Sampaio da Silva, de 13 anos. O jovem, que era atleta de futsal sub-14 do Sport, foi atingido por balas perdidas durante uma perseguição policial no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife, em março deste ano.
Na sexta-feira (1º), dia em que Dárik faria 14 anos, o pai da vítima foi à sede do Ministério Público de Pernambuco, acompanhado de um advogado, para pedir justiça (saiba mais abaixo).
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A SDS informou, em nota enviada à TV Globo, que o Inquérito Policial Militar (IPM) concluiu que não houve “transgressão disciplinar” por parte dos policiais envolvidos no caso. Segundo a pasta, no decorrer do processo, foram colhidos depoimentos de testemunhas e dos acusados, além da perícia das armas utilizadas pelos agentes.
“Estes elementos, ao serem confrontados, não resultaram em provas conclusivas, como também não houve provas de transgressão disciplinar. Sendo assim, o IPM foi remetido à Central de Inquéritos do Ministério Público, para adoção das providências cabíveis”, afirmou a secretaria na nota.
Além do procedimento militar, a Polícia Civil também concluiu o inquérito criminal sobre o caso. Procurado pelo g1, o MPPE disse que recebeu o relatório da investigação na sexta (1º). A instituição disse que o resultado do inquérito será analisado por uma das promotorias criminais que integram a Central de Inquéritos da Capital.
O g1 perguntou à Polícia Civil se as investigações resultaram em indiciamento e prisão de algum suspeito, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
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Quase oito meses após a morte do adolescente, o pai de Dárik, Davidson Silva, foi à sede do MPPE, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife (veja vídeo acima). Acompanhado de um advogado, ele disse que o jovem completaria 14 anos na sexta-feira (1º).
“Era para ser um dia de alegria, de felicidade. Hoje era para acordar com ele pulando na minha cama, com aquele sorriso lindo dele. E onde eu estou hoje? Estou aqui pedindo justiça pela morte do meu filho. Meu filho era uma criança, uma criancinha, [e foi] morto, assassinado com dois tiros”, declarou Davidson Silva.
O pai do adolescente pediu ainda a prisão dos responsáveis. “Meu filho não tinha a nada a ver [com a operação policial]. (…) Estava conversando com as amigas, costume normal, de criança, na calçada, na frente da casa. Não conseguiu entrar por causa do cachorro. E tudo indica, como ele ficou na frente da casa, miraram nele e pensaram que ele estava querendo entrar na casa”, falou o pai.
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O caso aconteceu na noite de 16 de março de 2024, na Rua Professora Arcelina Câmara, no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife;
Dárik estava com duas colegas na frente da casa de uma delas quando foi atingido por disparos de arma de fogo;
A ação foi filmada por uma câmara de segurança (veja vídeo acima);
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 6º Batalhão foram acionados para uma ocorrência de roubo de carro, que foi rastreado em Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes;
Os policiais foram ao local e avistaram o carro, mas os criminosos começaram uma fuga ao perceberem a presença dos PMs, o que deu início à perseguição;
Segundo a PM, a perseguição foi até uma rua sem saída, onde Dárik estava e, conforme a corporação, os suspeitos começaram a disparar contra os policiais, que revidaram;
Dois homens conseguiram fugir e outros dois foram detidos;
No carro, a polícia disse que achou duas armas de fogo, sendo uma calibre 12 e um revólver calibre 38;
Darik foi atingido na perna e na cintura;
O menino e as colegas chegaram a entrar na casa de uma delas para se proteger, mas ele já tinha sido atingido;
De acordo com parentes de Darik, havia duas viaturas da PM na perseguição, mas nenhuma delas parou para socorrê-lo;
Segundo a PM, o menino foi socorrido por outra equipe da PM e levado para a Policlínica do Ibura, na Zona Sul, chegou a receber primeiros socorros, mas morreu;
Uma testemunha disse que Dárik foi levado na mala da viatura, e não na frente do carro;
Procurada pelo g1, a PM informou que “agiu com prontidão” ao encontrar Darik gravemente ferido, no entanto, não respondeu porque ele foi levado na mala da viatura.
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