Franken Rocha nasceu no Pará, mas cresceu no Espírito Santo. Ele encontrou nos truques de mágica uma forma diferente de entreter os clientes durante as viagens e em meio ao trânsito do dia a dia. Franken Rocha, 38 anos, faz sucesso com truques de mágica enquanto dirige Uber no Espírito Santo
Divulgação
Com a alta concorrência dos transportes por aplicativo, muitos motoristas buscam diferenciais para conquistar clientes e também levar as 5 estrelas que configuram qualidade do serviço prestado, nota máxima da avaliação feita pelos passageiros nas plataformas.
Foi pensando justamente em se destacar nesse ramo que Franken Rocha, 38 anos, encontrou nos truques de mágica uma forma diferente de entreter os clientes durante as viagens e em meio ao trânsito do dia a dia.
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“Eu já estava enjoado de trabalhar no aplicativo, estava procurando algo novo para fazer. Mas como eu não estava achando algo melhor , comecei a fazer mágica dentro do carro como uma forma de entreter os passageiros para que a corrida ficasse um pouco mais descontraída. Essa era a intenção”, explicou Franken.
Ele contou ao g1 que trabalha como motorista de aplicativo há sete anos, desde que se afastou da área de construção civil.
Nascido no Pará, Franken se mudou para o Espírito Santo aos sete anos de idade com a família. Antes de se tornar motorista de aplicativo, trabalhou em obras, com reformas e manutenções elétricas e hidráulicas.
A paixão pela mágica começou com os mágicos que se apresentavam na televisão. Ele se inspirou neles e começou a aprender os truques em aulas na internet aos 14 anos.
Nos últimos anos, voltou a investir nos estudos de mágica para continuar surpreendendo seu público. A plateia, nesse caso, assiste aos shows sentada no banco do carro, entre uma corrida e outra.
Para descontrair passageiros, motorista de app faz mágica no ES
“Eu tenho vários cursos arquivados aqui até hoje, e são os cursos que eu venho estudando no decorrer desses anos. De um ano e meio para cá, voltei a me dedicar às aulas com frequência, porque agora fazer as mágicas dentro do carro já virou realidade esse trabalho”, contou.
No dia a dia, além de volante, Franken usa diversos objetos para fazer as mágicas: baralhos, dados, moedas, borrachinhas de dinheiro, copos, cordas e argolas. Basta o carro parar em um sinal vermelho ou engarrafamento que a magia começa.
O motorista relembra que, em uma das ocasiões, já levou um passageiro que assistiu ao truque inteiro e só revelou que também era mágico no final, mas como não conseguiu descobrir o segredo do truque de Franken, também o elogiou.
O trabalho como motorista acontece todos os dias, das 4h às 11h, e depois das 14h às 19h, sempre na Grande Vitória. Para o mágico, é gratificante ver que sua ideia tem agradado ao público no trânsito.
“Todo mágico busca a reação de surpresa da pessoa. Então, quando a pessoa fica surpresa ou não entende o truque, isso é gratificante para mim. Ver a pessoa ali sentada sem entender nada… Porque quando eu treinava, quando eu era menor, eu também tentava fazer isso para as pessoas, mas elas percebiam, falavam que eu era ruim. Hoje, está tudo dando certo. Então, quando as pessoas ficam surpresas com as minhas mágicas, não tem preço. E isso para mim é a melhor coisa que tem”, disse.
O sucesso com os truques de mágica fez com que Franken fosse convidado para trabalhar em festas e eventos. Além de motorista de aplicativo, ele faz apresentações há um ano e meio e, desde fevereiro, posta vídeos nas redes sociais com as mágicas.
Um dos objetivos em suas corridas diárias pelas ruas das cidades, entre um truque e outro, é divulgar o trabalho como mágico e também os vídeos que grava.
Com os números de mágica dentro do carro, Franken lembrou que já ganhou uma gorjeta de R$ 50, sendo que o valor da corrida era R$ 15.
Mas, segundo Franken, o que mais o marcou extrapola o valor que recebe das corridas ou gorjetas pelos truques.
“Um dia, após umas mágicas no carro, o passageiro me agradeceu e revelou que sua esposa havia falecido há dois dias. Por meio da mágica, ele disse que eu consegui fazer a filha dele, com 12 anos na época, rir um pouco, mesmo em um momento de luto por ter perdido a mãe”, finalizou Franken, o motorista mágico do Espírito Santo.
*André Borghi é aluno do 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi editado pelo editor Vitor Ferri.
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