No período, Islã recomenda que os fiéis deixem de comer, beber, fumar e ter relações sexuais durante o dia Refugiados abrigados na região mantém tradição durante o Ramadã
Longe da guerra e convivendo com a cultura e o clima brasileiros, refugiados afegãos e palestinos mantém em uma ONG de Morungaba (SP) a tradição do Ramadã, período sagrado para os muçulmanos.
“É um mês importante para os seguidores dessa religião para que eles possam se sentir mais próximos do Deus, para que eles possam ter esse momento em comunidade para se sentirem ainda mais abençoados”, explicou Jennifer Forte Soares, coordenadora do projeto Vila Minha Pátria.
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O Ramadã neste ano está acontecendo entre 10 de março e 10 de abril. Nesse período, muçulmanos fazem jejum durante o período de sol (entre o nascer e o por) e entram numa rotina de orações.
Um dos desafios dos refugiados que mantém a tradição do Ramadã em Morungaba é o calor. Como eles não podem beber líquidos durante o jejum, sentem ainda mais sede. “A principal diferença [no Brasil] é o clima. Aqui está muito quente”, afirmou Rahima Ahmadi, refugiada.
“O nosso maior desejo é trazer os nossos familiares que ficaram lá para que a gente fique junto aqui em uma reunião familiar”, relatou a refugiada Jamila Farahmand
Milad Saifi fugiu do Afeganistão à época da invasão do Talibã e ainda mantém a tradição do Islã. “A gente teve que sair do país e fomos para o Irã. E no Irã conseguimos visto humanitário para o Brasil. Foi assim que nós chegamos no Brasil”, explicou o refugiado.
Refugiados vivem em projeto de acolhimento em Morungaba
Reprodução/EPTV
Ramadã
O que é: Ramadã é o 9º mês do calendário islâmico. Durante os dias, o livro sagrado do Islã recomenda que os fiéis deixem de comer, beber, fumar e ter relações sexuais durante o dia. O período é guiado por cinco pilares:
Shahada: a profissão da fé;
Salat: orações diárias;
Zacat: esmola, caridade;
Saum: jejum durante o Ramadã;
Hajj: peregrinação a Meca.
“A Vila Minha Pátria decide apoiá-los nesse sentido, proporcionando um espaço onde eles podem se reunir enquanto amigos, enquanto famílias, que estão vivendo o mesmo processo e busca uma só resposta. E nós queremos que nesse sentido de fato eles encontrem as respostas que eles procuram em Deus”, afirmou Soares.
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