26 de dezembro de 2024

‘Fui muito humilhada’, diz frentista que apanhou de cliente por não colocar gasolina em galão de amaciante

Caso aconteceu na sexta-feira (29) em Uberlândia e foi gravado por câmeras de segurança. Por lei, qualquer recipiente que for usado para transportar o combustível precisa ser certificado pelo Inmetro. Frentista é agredida com socos por cliente em Uberlândia
Reprodução
“A gente acha que vai voltar para casa a salvo, mas não”. A fala é da frentista de um posto de combustíveis que foi agredida por um cliente na manhã de sexta-feira (29), em Uberlândia, após negar colocar gasolina em um galão de amaciante.
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Em entrevista à TV Integração, a trabalhadora, que preferiu não ser identificada, disse como se sentiu após as agressões.
“Saio com o objetivo de trabalhar, para buscar o pão para a minha casa, sempre tento fazer o meu melhor. Fui muito humilhada. Imagina meus pais vendo eu sendo agredida no local do meu trabalho”, contou.
O caso foi registrado no Bairro Santa Mônica e imagens do circuito de segurança no local mostram o momento da agressão. Reveja o vídeo abaixo.
Frentista é agredida com socos por cliente em Uberlândia
‘Chegou batendo no carro’, diz frentista
A frentista também contou a versão do ocorrido à reportagem e explicou que inicialmente não foi ela quem atendeu o agressor.
“O cliente chegou com o galão, batendo no carro, já sinalizando para ser atendido. Um colega foi até lá para atendê-lo e explicou que não podia abastecer naquele galão, pois só poderia ser em um recipiente que tivesse selo do Inmetro”, complementou.
Vale lembrar que uma norma da Agência Nacional de Petróleo (AN) exige que os galões que transportam combustíveis sejam certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia Industrial (Inmetro).
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Depois que o primeiro frentista negou abastecer o galão com o combustível, o cliente foi até outro grupo de funcionários do posto pedindo que alguém enchesse a vasilha. Foi quando a vítima explicou novamente que não seria possível.
“Ele disse que nós estávamos apenas forçando-o a comprar o galão do Inmetro e eu expliquei mais uma vez que não era isso. Quando somos contratados, é uma das primeiras coisas que nos falam, para não abastecer em qualquer galão. Em seguida ele deu as costas e jogou o galão em mim”, relembrou.
Polícia foi chamada após confusão
Ainda à TV Integração, a vítima contou que assim que o homem jogou o galão nela, pediu para que os colegas chamassem a PM. Quando os militares chegaram, coletaram os depoimentos de todos os envolvidos, mas não queriam esperar que o responsável pelo posto chegasse com as gravações das câmeras de segurança.
“Quando contei minha versão, o PM disse que não condizia com a versão que o cliente estava contando, e afirmaram que fariam o BO sem as imagens das câmeras porque não podiam esperar meu patrão chegar”, relembrou.
Enquanto realizavam a abordagem, o patrão da funcionária chegou ao local do ocorrido e conseguiu exibir as imagens que confirmaram a agressão contra a frentista. Após o registro da ocorrência, o cliente foi liberado.
A produção da TV Integração fez contato com a corporação, que informou que “estão fazendo o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) do indivíduo” e não deu mais detalhes.
A reportagem também procurou a Polícia Civil para saber se o homem deveria ter sido encaminhado para a delegacia e aguarda retorno.
“Hoje a segurança não vale de nada, a lei não está do lado do trabalhador. Acho que pelo menos eles poderiam ter me amparado, dito o que teria que fazer. Falaram apenas para esperar pela audiência, que ainda será marcada”, finalizou a frentista.
O que diz a PM?
Em entrevista à TV Integração, o tenente Cleiton José explicou que não é em toda situação que termina com a prisão imediata do suspeito.
“Temos o código penal que estabelece que não é qualquer crime que ocorra que cabe prisão imediata. Isso é substituído por um Termo Circunstanciado de Ocorrência, que depende também da vontade dos envolvidos em fazê-lo. Posteriormente, ele (o cliente) vai ser chamado na Justiça para prestar declaração”, disse.
O militar também ressaltou que o serviço da PM já foi encerrado em relação ao ocorrido.
“O trabalho da polícia nesse caso já foi encerrado, a gente já qualificou todo mundo e orientamos as partes. Nada justifica essa ação deles, o fato é que ele lançou o plástico na atendente e ela tentou tirar fotos dele, uma situação que acabou envolvendo todos os funcionários que tomaram as dores dela por ela ser mulher. Foi uma desinteligência, falta de argumentação, ela poderia ter simplesmente explicado para ele que não era possível vender e por qual motivo. Do mesmo modo que ele também poderia ter mais um pouquinho de paciência e entender os motivos dela”.
RELEMBRE O CASO:
Frentista em MG é agredida por cliente após negar colocar gasolina em galão de amaciante
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