9 de novembro de 2024

Pais de bebê que morreu ao dar entrada em unidade de saúde são novamente presos em Uberlândia


De acordo com a Delegacia de Homicídios, os pais de Alice Valentina Guimarães podem responder pelo crime de homicídio doloso qualificado na modalidade de dolo eventual por omissão; crime ocorreu em agosto deste ano. Anna Alice Valentina Guimarães Soares
Reprodução/Arquivo pessoal
Os pais de Anna Alice Valentina Guimarães, de um ano e dois meses que morreu na após dar entrada em uma unidade de saúde de Uberlândia, no fim de agosto, foram novamente presos na manhã desta terça-feira (5), no Bairro Lagoinha, em Uberlândia.
A prisão do homem de 26 anos e da mulher, de 22, ocorreu após a Delegacia de Homicídios solicitar a prisão preventiva com base no que foi apurado no inquérito policial.
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O casal foi preso no dia 29 de agosto, e no dia 2 de setembro a Justiça deferiu o pedido da Polícia Civil de Uberlândia e converteu a prisão em flagrante em preventiva do casal, suspeitos da morte da filha.
Dois dias depois, o juiz João Marcos Luchesi determinou a soltura de ambos. Além deles, uma adolescente de 17 anos, que cuidava da bebê, também foi apreendida na época.
Na data dos fatos, a bebê era cuidada pela adolescente, que teria se irritado com Anna Alice e batido a cabeça dela na parede, o que causou traumatismo craniano. O casal chegou a declarar no Instituto Médico Legal (IML) que a bebê tinha sofrido uma queda, mas as investigações apontaram que houve omissão por parte dos pais.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, os pais podem responder pelo crime de homicídio doloso qualificado na modalidade de dolo eventual por omissão. O casal será levado para o Presídio Professor Jacy de Assis.
Já a adolescente, que chegou a ser apreendida e está em liberdade, poderá responder pelo ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado, por ser menor de idade.
Maus-tratos da bebê
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil, Marcos Tadeu de Brito, inicialmente a morte da criança foi dada como acidental causada por queda do carrinho de bebê, quando era levada pelo pai para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Planalto.
Contudo, quando a autópsia foi realizada no Instituto Médico Legal (IML) foi constatado que a criança sofreu um traumatismo cranioencefálico, possivelmente causado por maus-tratos, uma vez que os hematomas no corpo apontavam para datas diferentes.
Ao constatar a possibilidade de agressão, o IML acionou departamento de homicídios da Polícia Civil. Os pais e a adolescente foram detidos e ouvidos pela polícia. Ainda conforme Marcos Tadeu, a principal suspeita é que a adolescente tenha empurrada a menina, causando o traumatismo.
Versão inicial
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, os pais e a adolescente, inicialmente, afirmaram que a criança caiu duas vezes do carrinho de bebê no dia 27 de agosto e no dia seguinte. A adolescente disse, ainda, que a criança passou mal na manhã de quarta (28) e teve uma convulsão.
O pai levou a criança à UAI Planalto na tarde do mesmo dia, logo após ser informado da convulsão, e chegou ao local alegando que a criança estava desacordada há 15 minutos. Ainda de acordo com o registro, a criança apresentava hematomas no rosto, dorso e abdome e dilatação anormal das pupilas.
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