7 de novembro de 2024

Policial penal acusado de estuprar três crianças da mesma família passa por audiência de instrução em Rio Branco


Além das vítimas mais recentes, outras duas mulheres relatam terem sido abusadas na infância pelo mesmo homem. Caso corre em segredo de Justiça e audiência de instrução e julgamento ocorreu nesta terça-feira (5), na Segunda Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco. Everton Martins da Silva tem 47 anos e é policial penal; ele está preso desde abril acusado de estupro de vulnerável
Reprodução
O policial penal Everton Martins da Silva, de 47 anos, é acusado de abusar sexualmente de pelo menos três crianças da mesma família em Rio Branco. Ele está preso desde abril deste ano e foi ouvido em uma audiência de instrução e julgamento nesta terça-feira (5) na Segunda Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco.
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Oito testemunhas de acusação e de defesa, além do réu, foram ouvidos durante a audiência de instrução, que ocorreu de forma híbrida. O processo corre em segredo de justiça devido ao envolvimento de menores. O g1 não conseguiu contato com a defesa do acusado.
Outras duas mulheres da mesma família das vítimas também alegam terem sido violentadas por ele quando crianças. Uma delas, que também atuou como testemunha, conversou com a equipe da Rede Amazônica e relatou o que havia acontecido com ela e a irmã, com seis e sete anos na época.
Segundo a vítima, naquela ocasião ele estava deitado na cama dentro do quarto, quando a chamou. Apesar de ter sido abusada, ela não contou para ninguém até os 29 anos, quando decidiu alertar à mãe sobre a ação do acusado. A irmã também teria sido violentada pelo policial penal.
“Eu me recordo muito bem que eu cheguei muito assustada [no quarto]. fiquei deitada, encolhida, só que depois a minha irmã também relatou que, na mesma faixa de idade, por volta dos sete anos, [ele] também iniciou os abusos com ela. Diferentemente de mim, que foi apenas uma vez, [com ela] teve recorrência e mais gravidade”, contou.
O intuito de alertar à mãe tinha uma razão específica: o sobrinho. Ela tinha medo de que o menino, que visitava frequentemente a casa do homem, fosse mais uma das vítimas dele. A criança foi orientada por ela, mas dias depois, o que temia aconteceu. O menino chegou até à mãe e falou o que o policial penal tinha feito.
“Então a minha mãe pegou ele, foi para a cozinha e pediu que ele explicasse o que tinha acontecido. Ela me contou, no mesmo momento eu disse: ‘não, a gente tem que denunciar’. Pedi aconselhamento com a advogada que eu conheço”, disse.
Outros casos
A partir de então, outros casos apareceram na mesma família. Uma menina teria sofrido nas mãos do acusado dos 6 aos 12 anos. Os familiares perceberam a mudança no comportamento dela.
“Era uma criança muito alegre e, do nada, ela se transformou numa criança fechada, revoltada. Então procuramos também os pais dessa criança e também foi feito um novo boletim de ocorrência”, relembrou.
O caso veio à tona após as primeiras denúncias, que resultaram em uma investigação aprofundada da Delegacia de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima (Decav), na capital acreana. Para a vítima, a denúncia é o principal meio de evitar com que outras crianças sejam abusadas.
“A maioria dos casos, como nós sabemos, o abusador está no meio familiar. Ele pode ser um tio, amigo, primo […] na maioria das vezes, por ser pessoas próximas. A vítima se sente intimidada, não denuncia e [foi] justamente o que aconteceu comigo. Eu denunciei, mas já sabendo que haveria perdas, que eu não teria apoio. Justamente nós arregaçamos a mangas e nos encorajamos. a denúncia é importante. Denuncie, não guarde somente para si, porque infelizmente o abusador pode continuar livre e dar continuidade aos seus crimes”, frisou.
18 de Maio: Dia nacional de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes
Veja como denunciar casos de violência:
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
VÍDEOS: g1

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