6 de novembro de 2024

PGR recorre ao STF contra anulação de condenações de Dirceu na operação Lava Jato


Gonet afirma que não vê manipulação ou atos processuais desvirtuados contra petista. Condenações foram anuladas pelo ministro Gilmar Mendes na última semana. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, recorreu nesta terça-feira (5) da decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que anulou todos os atos processuais do ex-juiz Sergio Moro contra o ex-ministro José Dirceu no âmbito da operação Lava Jato.
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No recurso, Gonet afirmou que “não houve atos processuais desvirtuados” contra Dirceu e nem vê que a investigação do petista tenha sido manipulada para atingir outra pessoa.
“As investigações que visavam apurar esquema de corrupção apenas chegaram ao requerente em seguida a revelações paulatinas de ilícitos anteriores praticados por outros agentes, o que debilita a tese de que a perseguição criminal contra o requerente tenha sido manipulada para atender a intuito de assediar outrem”, diz Gonet.
“Não houve, tampouco, com relação ao requerente, a lembrada sequência de atos processualmente desvirtuados, que foram praticados pelo magistrado contra o réu do feito apontado como paradigma”, completa o procurador-geral da República.
Gonet pede que Gilmar Mendes reavalie a decisão ou leve o recurso para julgamento na Segunda Turma do Supremo.
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Geraldo Magela/Agência Senado
A decisão
Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes atendeu a um pedido da defesa do ex-ministro petista e estendeu a Dirceu os efeitos da decisão do STF que considerou Sergio Moro suspeito para atuar em processos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão atinge casos que levaram José Dirceu a ser condenado a mais de 23 anos de prisão por crime como corrupção e lavagem de dinheiro em esquemas de corrupção na Petrobras.
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Para Mendes, há indícios de que Moro atuou contra Dirceu para chegar a Lula.
Na decisão, o ministro diz que os indícios levados ao STF mostram que a mesma falta de isenção de Moro em relação a Lula “também impediu que José Dirceu tivesse direito a um julgamento justo e imparcial”.
“Os elementos concretos […] demonstram que a confraria formada pelo ex-Juiz Sergio Moro e os Procuradores da Curitiba encarava a condenação de Dirceu como objetivo a ser alcançado para alicerçar as denúncias que, em seguida, seriam oferecidas contra Luiz Inácio Lula da Silva”, diz Mendes na decisão
Para o ministro, a anulação dos atos se justifica diante de “indicativos de que juiz e procuradores ajustaram estratégias contra esses réus, tendo a condenação de um deles como alicerce da denúncia oferecida contra o outro”.

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