José Ramony Emanuel de Melo Costa teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Policiais acharam vários celulares e R$ 40 mil em imóveis do policial penal. Ex-diretor de presídios investigado por facilitar entrada de celulares para detentos ostentava nas redes sociais viagens pela Itália, França e Suíça.
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O policial penal José Ramony Emanuel de Melo Costa foi preso no último dia 31 de outubro suspeito de facilitar a entrada de celulares em presídios da região metropolitana de Fortaleza.
O g1 reuniu os cinco principais pontos do caso. Veja abaixo.
Quem é o policial penal preso?
Como funcionava o esquema?
Como ele foi preso?
O que a Polícia encontrou na casa dele?
O que diz a defesa do policial penal?
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1. Quem é o policial penal preso?
Policial penal suspeito de entregar celulares para presos passa por audiência de custódia.
Ramony Melo é natural de Russas, no interior do Ceará. Ele foi admitido na Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) em agosto de 2021. Conforme o portal Ceará Transparente, atualmente o salário bruto dele é de R$ 14.422,94. Com os descontos, o salário líquido fica em R$ 11.016,13. Nas redes sociais, ele mostrava o dia a dia da profissão e ostentava viagens de luxo.
Em pouco mais de três anos de carreira, o policial já foi diretor de, ao menos, três unidades prisionais da Grande Fortaleza. A mais recente delas é a Unidade Prisional Agente Penitenciário Luciano Andrade Lima (UP-Itaitinga1), de onde ele foi exonerado do cargo no dia 17 de outubro.
O agente também foi diretor da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2) e em 2023 atuou como chefe de equipe da Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará (UP-Máxima), em Aquiraz, que abriga presos de alta periculosidade ou que correm alto risco.
2. Como funcionava o esquema?
Para o juiz que conduziu a audiência de custódia, Ramony aproveitou do prestígio na Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) (orgão responsável pelas unidades prisionais do Ceará) para facilitar a entrada de celulares para detentos. “Inclusive entrando e saindo das unidades sem se submeter às vistorias”.
“Somado a esses celulares apreendidos no momento da prisão, causa também estranheza a quantidade de dinheiro encontrado na casa do preso”, disse o juiz.
3. Como ele foi preso?
Policial penal é preso suspeito de entregar celulares a presidiários
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A polícia armou uma reunião com coffee break para prender Ramony Melo. Ele foi convidado, na última quinta-feira (31), para um evento no presídio e foi capturado no intervalo para café e lanche.
Após a refeição, ele foi retirado e levado para a sala da direção, onde policiais civis e penais o aguardavam para prendê-lo. Lá, ele recebeu voz de prisão. Na sexta (1º), ele passou por uma audiência de custódia, ocasião em que teve a prisão temporária convertida em preventiva.
O policial penal informou ao juiz durante a audiência de custódia que tinha sido chamado para uma reunião de inauguração de uma empresa no interior de uma unidade prisional. No local, estavam todos os membros do corpo diretivo e gestores.
4. O que a Polícia encontrou na casa dele?
Foram encontrados R$ 3 mil no carro em que Ramony estava;
R$ 18,3 mil no guarda-roupa do quarto de casal;
R$ 18 mil em uma maleta no escritório;
R$ 5 mil reais na gaveta da sala;
R$ 1 mil em outro quarto.
5. O que diz a defesa do policial penal?
O advogado do policial penal, Walmir Medeiros, afirmou que “não há nenhum indício” de que José Ramony tenha cometido o crime do qual é suspeito e que ele já havia combatido a entrada de celulares nos presídios.
“Por enquanto, não há provas contra ele, além de depoimentos de presos, presos dizendo que foi ele que colocou aqui. Muitas vezes se faz isso para culpar alguém, exatamente alguém que estava sendo contra, alguém que estava prejudicando”, diz a defesa.
Polícia apreendeu R$ 40 mil na casa de ex-diretor de presídios que foi preso por facilitar entrada de celulares para detentos em unidades prisionais do Ceará.
SAP/ Divulgação
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