Projeto “O Futuro é Ancestral” foi apresentado no Museu do Grammy, em Los Angeles, e busca difundir a importância da música na visão de mundo dos povos originários. Acreano Mapu Huni Kuin é um dos músicos participantes do álbum, que deve ser lançado no dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas. Indígena acreano Mapu Huni Kuin se apresentou no Museu do Grammy na última segunda-feira (25), nos EUA
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O indígena e músico acreano Mapu Huni Kuin se apresentou ao lado do DJ Alok no Grammy Museum, em Los Angeles, nos Estados Unidos, na última segunda-feira (25). A performance fez parte da apresentação e divulgação do pré-lançamento do álbum “O Futuro é Ancestral”, que deve ser lançado no dia 19 de abril, quando se celebra o Dia dos Povos Indígenas.
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O trabalho de Alok é o primeiro autoral de sua carreira, e é resultado de mais de 500 horas de gravações entre pelo menos 60 artistas indígenas de oito etnias, incluindo a Huni Kuin. No evento, algumas músicas com os povos Huni Kuin, Guarani Kaiowá, Yawanawa, Xakriabá e Guarani Mbyá foram apresentadas. Na ocasião, Mapu também se apresentou.
Nas redes sociais, o líder indígena, músico e mentor espiritual narrou o trajeto que fez desde que saiu de Rio Branco, capital do Acre, até Los Angeles para a apresentação. Mapu, que participa da produção do álbum, destacou ainda a importância do protagonismo dos povos indígenas neste trabalho.
“A gente chega com amor, com doçura que as pessoas vão sentir, vai ser tocado no coração. Quando o vento sopra, a gente vê que as folhas ficam dançando, então o nosso rezo, nosso canto, é para fazer as pessoas vibrarem, sentir a paz, o amor, a alegria de viver, para a partir disso, ver um futuro melhor”, disse.
Mapu Huni Kuin externou a felicidade de participar do projeto do DJ Alok
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Outras apresentações
Em 2021, indígenas do Acre, das etnias Yawanawá e Huni Kui, também se apresentaram ao lado do DJ Alok no Global Citizen Live. A performance foi transmitida direto da Amazônia e mostrou o trabalho que o artista tem feito ao lado dos povos indígenas nos últimos meses.
A Global Citizen pretende convocar “os governos, grandes empresas e os filantropos para que trabalhem juntos na defesa do planeta e para vencer a pobreza, concentrando-se nas ameaças mais urgentes”.
Performance foi transmitida direto da Amazônia
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A ideia da apresentação foi mostrar que é através dos cantos indígenas que se pode ouvir o que a floresta tem a dizer.
“Há sete anos eu estava em busca de inspiração, então fiz uma longa viagem até a aldeia Yawanawá, na Amazônia. Chegando lá, passei a ressignificar muitos valores na minha vida, inclusive a forma como eu lidava com a natureza e com a música. Lá, aprendi que os cantos indígenas são cantos ancestrais da florestas. Vivemos um momento urgente no planeta com todas as mudanças climáticas e é preciso preservar a floresta e a melhor forma de fazer isso é ouvindo o que ela tem a dizer”, disse o artista no clipe apresentado no festival.
“O Futuro é Ancestral”
O interesse de Alok pelos povos indígenas não é de hoje. Antes desse projeto, o DJ lançou em 2015 uma música composta por sons de rituais indígenas. Na época, ele chegou a ficar três dias na Aldeia Mutum, em Tarauacá, com os povos da etnia Yawanawá.
Foram seis pessoas da equipe do DJ para capturar a experiência em meio à floresta amazônica. De acordo com o artista na época, a ideia de visitar a aldeia surgiu de uma empresa que já havia feito um trabalho na tribo.
Ainda dessa experiência, o artista lançou, em 2016, o minidocumentário “Yawanawá – A força”, publicado em plataformas digitais. A produção, de 21 minutos, mostra o encontro do artista com a etnia Yawanawá.
DJ Alok faz álbum em parceria com mais de 60 músicos indígenas
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Agora, o projeto “O Futuro é Ancestral” conta com nomes como Mapu Huni Kuin, Brô MC’s, Rasu e grupo Yawanawa e Owerá MC, que assim como o acreano, também participaram da cerimônia.
O objetivo do projeto é difundir a importância da música na visão de mundo dos povos originários, além de mostrar a força da canção ancestral do Brasil e amplificar a voz e sabedoria milenar dessa população. Os royalties de Alok como produtor e co-autor, inclusive, serão doados para os artistas que participam deste trabalho.
O projeto é reconhecido pela Unesco como contribuição relevante para a “Década Internacional das Línguas Indígenas”, uma forma, segundo os organizadores, de reafirmar a importância da música para a preservação da cultura originária.
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