8 de novembro de 2024

Veja como vítimas do Jogo do Tigrinho em AL serão ressarcidas dos prejuízos causados pela aposta online ilegal


Devolução dos valores será liberada pela Justiça, mas vítimas precisam comprovar prejuízos e se habilitar no processo para reaver dinheiro. ‘Jogo do tigrinho’ é proibido no Brasil; vítimas em Alagoas serão ressarcidas
Reprodução/TV Globo
As vítimas do “Jogo do Tigrinho” precisam comprovar os prejuízos e se habilitar na Justiça para fazer parte do fundo criado, de mais de R$ 1 milhão, para ressarcir os valores pagos no esquema de promoção ilegal de jogos por meio de plataformas digitais, descoberto pela Polícia Civil de Alagoas durante a Operação Game Over.
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Para serem ressarcidas, as vítimas precisam se habilitar no processo e apresentar os comprovantes de pagamento via PIX de suas contas para os influenciadores ou plataformas de apostas. Uma das vítimas já foi habilitada, juntou toda documentação comprovando o prejuízo e será ressarcida em R$ 200 mil.
Em entrevista ao g1, o delegado Lucimério Campos, que conduziu as investigações, esclareceu que, em princípio, apenas as pessoas que foram ouvidas no Inquérito Policial têm a garantia de ressarcimento com os valores do fundo criado.
“Somente as pessoas que foram ouvidas no IP serão contempladas pelo fundo. Elas devem se habilitar no processo perante a 17ª Vara Criminal. Essa habilitação pode ser por advogado particular ou por meio da defensoria pública. O dinheiro já está à disposição em conta judicial. Os juízes da 17ª Vara é que vão definir como os valores serão disponibilizados”, explicou o delegado.
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O delegado disse ainda que muitas pessoas que não foram ouvidas no Inquérito Policial têm procurado a Polícia Civil dizendo que também foram vítimas do esquema, mas não procuraram a polícia na época das investigações e agora, querem ser ressarcidas. Ele orienta procurar a Defensoria Pública.
“Essas pessoas só terão direito [ao ressarcimento] se entrarem com ação cível e, sendo vencedoras, pedirem para o crédito reconhecido na sentença ser habilitado em eventual sobra do fundo”, disse o delegado.
Inquérito arquivado sem indiciamento
Cinco influenciadores foram investigados, dois deles chegaram a ser presos. Os envolvidos fizeram um acordo de colaboração premiada, onde confessaram os crimes e, em troca de não serem denunciados pelo Ministério Público, se comprometeram a auxiliar nas investigações e a abrir mão de parte do seu patrimônio adquirido por meio das atividades ilícitas. O acordo garantiu a criação de um fundo de mais de R$ 1 milhão para ressarcimento de vítimas.
Em outubro, a Polícia Civil encerrou as investigações da Operação Game Over, que resultaram nos acordos de colaboração premiada. A polícia conseguiu desvendar o esquema que envolvia a promoção ilegal de jogos por meio de plataformas digitais, utilizando contas demonstração que simulavam apostas reais, mas que na verdade tinham o objetivo de captar apostadores de forma irregular, causando prejuízo financeiro.
Com o acordo de colaboração, o inquérito foi arquivado sem indiciamento e enviado à 17ª Vara Criminal.
“Os acertos geram para os influencers uma expectativa de imunidade penal, que consiste em não serem denunciados ou receberem perdão judicial, após confessarem os ilícitos praticados e entregarem parte do patrimônio para reparar as vítimas e pagar multa reparatório ao Estado. Os juízes vão avaliar, após parecer do GAECO, qual o benefício cada colaborador fará jus”, explicou o delegado.
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