7 de novembro de 2024

Justiça mantém prisão preventiva de suspeito de matar ex na frente da filha em via pública no AC


Jairton Silveira Bezerra, de 45 anos, se apresentou à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) na manhã da última quarta-feira (6) em Rio Branco, com um advogado, e logo passou por audiência de custódia. Jairton Silveira Bezerra teve a prisão preventiva decretada em Rio Branco
Reprodução/Facebook
A Justiça do Acre decretou, na última quarta-feira (6), a prisão preventiva de Jairton Silveira Bezerra, de 45 anos. Ele é o principal suspeito pelo assassinato de Paula Gomes da Costa, de 33 anos, brutalmente morta após ser esfaqueada oito vezes na frente da filha de 6 anos em via pública de Rio Branco.
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Ele se entregou à polícia na manhã de quarta (6) na Delegacia de Flagrantes (Defla), em Rio Branco, e logo em seguida, foi encaminhado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para prestar depoimento. Na mesma manhã, houve a audiência de custódia.
Na manutenção da prisão preventiva, que havia sido expedida no dia 28 de novembro, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco, Alesson Braz, requisitou, no prazo de 10 dias, o inquérito policial devidamente relatado.
Além disto, o juiz oficiou ao Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) que sejam mantidos os procedimentos de segurança à integridade física do suspeito dentro do Complexo Penitenciário de Rio Branco, pedido este feito pela defesa.
Caso Paula
Paula foi morta a facadas na tarde do dia 27 de outubro em via pública em Rio Branco. A delegada da Deam, Elenice Frez, disse que as diligências foram tomadas desde o dia 28 de outubro, representando pela prisão preventiva, e então as buscas foram feitas, principalmente em locais onde o suspeito costumava frequentar.
“Estávamos em uma tentativa mesmo, porque era importante o cumprimento desse mandado para dar uma resposta à sociedade para diminuir um pouco a dor da família. Então hoje, diante dessa pressão que estava havendo para o cumprimento desse mandado, a família muito provavelmente deve ter começado a pressioná-lo, nessa madrugada, bem no início da manhã, [ele] se apresentou na Defla e seguida foi conduzida aqui para a Deam, foi dado o cumprimento às formalidades de comunicação ao juízo e ele já seguiu para a audiência de custódia e de lá, deve ser encaminhado para a penitenciária”, frisou.
Jairton, que é gerente em uma loja de tintas da capital acreana, estava foragido desde o dia do crime, ocorrido na frente da filha deles de 6 anos. Ele foi casado com Paula por 13 anos e não aceitava o fim do relacionamento. O ex-marido também já tinha agredido a vítima em outras ocasiões, o que fez com ela tivesse conseguido uma medida protetiva contra ele.
Paula Gomes da Silva tinha 33 anos e era funcionária de uma clínica odontológica
Reprodução/Instagram
Em entrevista anterior à Rede Amazônica Acre, a delegada Juliana De Angelis falou que já foram ouvidas testemunhas, feitas requisições de perícias necessárias e representações judiciais para tentar obter a prisão do suspeito e conclusão do inquérito policial.
“Medida protetiva salva vidas. Infelizmente, o caso da Paula entrou numa exceção que cerca de 90% das vítimas de feminicídio não tinham medida em vigor. Qualquer situação de violência deve ser denunciada. Nós temos, em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, delegacias especializadas para atendimento à mulher, mas no interior dos municípios temos as delegacias locais que também que são portas de entrada de registro de ocorrência e pedido de medida protetiva”, frisa.
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O assassinato foi testemunhado também pelo pai do suspeito, e ocorreu quando Paula voltava da casa de uma tia, no bairro Alto Alegre, em Rio Branco. Conforme apurado pela Rede Amazônica Acre, Paula foi atacada pelas costas e levou oito facadas. Segundo o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), o foragido estava em um veículo de cor branca.
A menina, filha da vítima e do suspeito, foi levada para a casa de uma parente por uma vizinha, pouco depois do crime, e está traumatizada. Ela testemunhou o assassinato da mãe.
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De acordo com um familiar que pediu para não ser identificado, ela estava separada de Bezerra há cerca de três meses, e pediu uma medida protetiva por conta de violências que sofria dele.
Ainda segundo um parente de Paula, quando ela estava no caminho, foi abordada pelo ex, que colocou a filha deles no carro. O idoso pai de Bezerra tentou impedir, mas foi empurrado por ele. Logo depois, ele atacou Paula.
“Ele sempre batia nela, mas só agora ela decidiu pedir medida. Da última vez, ele bateu nela no local onde ela trabalha. Por enquanto, a menina não contou muita coisa, está traumatizada. Ela já tinha problema em relação a isso porque ele agredia muito a mãe dela, constantemente. Um cara desse não merece nem ser chamado de gente. Fazer uma crueldade dessa com a própria mãe da filha dele, ele nem pensou na menina, menos no pai dele”, disse.
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para denunciar casos de violência contra a mulher:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar:
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
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