8 de novembro de 2024

Centenas de gaúchos ainda vivem em abrigos seis meses depois das enchentes no Rio Grande do Sul


Governo federal entregou as primeiras casas do programa Compra Assistida, que vai dar imóveis de até R$ 200 mil para quem perdeu a casa nas enchentes. Seis meses depois da maior enchente da história do RS, quase 2 mil pessoas ainda vivem em abrigos
No Rio Grande do Sul, seis meses depois das enchentes, centenas de pessoas ainda estão vivendo em abrigos.
As manchas deixadas pela cheia continuam nas paredes. Em Eldorado do Sul, as marcas vão além: 80% da cidade ficaram debaixo d’água. Nos bairros mais atingidos, o rio subiu tanto que o trânsito de barcos quebrou os telhados das casas.
“Muita gente não voltou mais. Acho que nem vão voltar. A maioria das casas está vazia”, diz a dona de casa Maria Graça da Silva.
Enchentes no RS: marcas das cheias no teto
Reprodução/TV Globo
Segundo a Defesa Civil, pelo menos 3 mil moradores decidiram não voltar para onde viviam antes da enchente. Bairros que ficaram completamente alagados lembram uma cidade fantasma. A maioria das casas foi destruída ou permanece vazia. O município estuda um sistema de proteção contra cheias.
“O grande trabalho agora é fazer com que essas pessoas entendam que vão acontecer essas obras de contenção e que elas podem, daqui a pouco, voltar para a cidade com segurança”, afirma Josimar Cardoso, coordenador da Defesa Civil.
A comerciante Eli Tavares Pinto não abandonou a loja com 40 anos de história.
“Precisa pintura, precisa muita coisa. E estamos lutando para sobreviver em Eldorado do Sul”, diz.
Centenas de gaúchos ainda vivem em abrigos seis meses depois das enchentes no Rio Grande do Sul
Reprodução/TV Globo
Quase 2 mil pessoas permanecem em abrigos no Rio Grande do Sul. Semana passada, o governo federal entregou as primeiras casas do programa Compra Assistida, que vai dar imóveis de até R$ 200 mil para quem perdeu a casa nas enchentes.
O governo gaúcho entregou 212 casas temporárias. Uma delas para a dona de casa Bruna Vitória de Oliveira. Ela se mudou com o filho Benjamin, de um mês de vida, que nasceu em um abrigo.
“O ruim é o calor, porque o resto é muito melhor que estar dentro de um ginásio. A gente agradece por ter um cantinho, ter a privacidade, mas a gente também reza para ter a nossa casa de volta”, diz.
A família da frentista Natasha Karine Becker conseguiu comprar uma casa nova em um bairro mais seguro em Cruzeiro do Sul. Ela e o pequeno Antônio foram resgatados do telhado. A imagem comoveu o país.
“A gente agradece todo dia. Foi um renascimento, a gente teve outra oportunidade. A gente teve ajuda de muitas pessoas, graças a Deus. Nessas horas, a gente vê como tem pessoas boas no mundo”, conta.
Centenas de gaúchos ainda vivem em abrigos seis meses depois das enchentes no Rio Grande do Sul
Reprodução/TV Globo
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