8 de novembro de 2024

Escorpiões e aranhas lideram acidentes com animais peçonhentos em Rio Preto


As duas espécies respondem por 91,94% do total de acidentes com animais peçonhentos registrados até outubro. No domingo (3), uma criança teve parte da pele do pé retirada após ter sido picada por uma aranha em São José do Rio Preto (SP) Escorpião-amarelo é um dos mais perigosos e mais encontrados na região
Reprodução/TV TEM
Escorpiões e aranhas dominam as estatísticas de acidentes com animais peçonhentos em São José do Rio Preto (SP). Juntos, eles respondem por 775 casos: 91,94% do total de 843 registrados pela Vigilância Epidemiológica até outubro deste ano. No domingo (3), uma criança teve parte da pele do pé retirada após ter sido picada por uma aranha na cidade. Situação que exige alerta dos pais e familiares.
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Entre os animais invertebrados, os escorpiões ainda são os mais perigosos. Neste ano, eles protagonizaram a maioria dos acidentes deste tipo na cidade: 738, representando 87,55% do total. Como o veneno tem efeito imediato, é necessário atendimento de urgência.
Entretanto, as aranhas também representam risco. Embora o número de casos (37) signifique 4,39% do total até outubro, as espécies marrom e a armadeira têm um tipo de veneno que provoca muita dor e ferimentos grandes.
Ao g1, o gerente de Controle de Vetores Luiz Eboli explicou que o local da picada das aranhas apresenta sinais de necrose:
“O veneno do escorpião é uma neurotoxina que age rápido e provoca sequelas. Diferente das aranhas, cujo veneno age mais lentamente, causando queda de proteína na região da picada e, eventualmente, necrose”, contou.
Acidentes com abelhas (29 casos) e serpentes (cinco) vêm na sequência das estatísticas sobre animais peçonhentos da Secretaria de Saúde do município.
Criança picada
Pé de criança picada por aranha marrom em São José do Rio Preto (SP), no domingo (3)
Arquivo pessoal
O caso mais recente é de uma criança de um ano e nove meses que teve parte da pele do pé retirada após ser picada por uma aranha em Rio Preto, no domingo (3).
Sem saber que era picada de aranha, a família levou a criança à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Tangará, onde ela recebeu tratamento à base de antibiótico e pomada para a pele.
Porém, na manhã da segunda-feira (4), o menino estava com uma bolha no pé, com coloração escura. A mãe procurou a Santa Casa, onde o médico constatou que era picada de aranha da espécie marrom.
Após ter parte da pele do pé retirada, a criança ficou em observação e foi liberada na quarta-feira (6) para seguir o tratamento em casa.
Queda nos números
Em comparação ao ano passado, o boletim da Vigilância Epidemiológica revela que houve queda de mais de 50% nos acidentes com animais peçonhentos em São José do Rio Preto. O total de registros foi de 1.709 em 2023.
Especialmente no que se refere aos escorpiões, essa queda foi de 1.564 para 738, significando uma redução de 52,8%.
O gerente de Controle de Vetores atribui a diminuição a dois fatores: o cuidado cada vez maior por parte das pessoas para evitarem pragas em casa, além das mudanças climáticas.
“Neste ano, tivemos um período maior de seca, o que contribuiu para reduzir a incidência de escorpião. Esse tipo de bicho vive no esgoto. Quando chove muito, a tubulação enche e ele busca refúgio dentro das casas”, explicou Luiz Eboli.
Cuidados
Aranha-armadeira e arranha-marrom
TV Anhanguera/Reprodução – Arquivo
A melhor maneira para as pessoas evitarem a entrada de escorpiões e outros animais peçonhentos no interior dos imóveis é criar barreiras físicas. Para isso, existem alguns mecanismos de proteção:
“Tem que colocar tela nos ralos e nas grelhas. Usar veda-portas ou espuma nas soleiras. As pessoas devem manter o lugar limpo e recolher o lixo. Isso afasta as baratas, que são o principal alimento dos escorpiões”, orienta Luiz.
Os moradores também não devem deixar telhas e tijolos acumulados nos quintais, ou algum tipo de entulho que possa servir como um abrigo para escorpiões e aranhas.
Ao ser picada por qualquer animal peçonhento, a orientação é procurar o atendimento médico com urgência.
“A pessoa precisa receber atendimento em até uma hora para evitar complicações graves. Não perca tempo capturando o animal. Esqueça mitos como colocar álcool, gelo ou água quente na picada. Nada disso funciona”, finaliza Eboli.
Conscientização
Para reforçar a orientação aos moradores sobre os cuidados com animais peçonhentos e pragas, como o mosquito Aedes aegypti, a Vigilância Ambiental realiza uma feira entre esta sexta-feira (8) e domingo (10), em um shopping na região norte.
A Feira de Educação em Saúde Ambiental busca ensinar de maneira lúdica as formas de prevenção e combate a animais nocivos.
A programação inclui um grande jogo de tabuleiro sobre a dengue, bancada com microscópio e lupa eletrônica que facilita a visualização de larvas do mosquito Aedes aegypti, além de uma cabine com escorpiões vivos.
Durante o evento, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses vão aplicar vacinas antirrábica em cães e gatos de visitantes e prestar orientações sobre leishmaniose e esporotricose. Haverá também adoção de filhotes.
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