8 de novembro de 2024

Influencer investigada por ser cúmplice de assassinato é presa por simular sequestro para extorquir dinheiro de familiar do namorado, diz polícia


Dinheiro foi usado para pagar aluguel atrasado, segundo a Polícia Civil. Defesa afirma que influenciadora não tem relação com o crime. Yeda Freitas foi presa em Aparecida de Goiânia, Goiás
Reprodução/Redes sociais
A digital influencer Yeda Freitas, de 31 anos, que é investigada por ser cúmplice de um assassinato, foi presa por simular um sequestro para extorquir o tio do namorado, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, informou a Polícia Civil. De acordo com a investigação, Yeda, junto com o namorado, Gabriel Arantes, simulou o crime para extorquir R$ 1 mil da vítima e, assim, pagar o aluguel da mãe, que estava atrasado.
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Em nota, a defesa de Yeda afirmou que a influenciadora não possui qualquer relação com o crime e que, seu namorado assumiu integralmente a responsabilidade pelos acontecimentos. Já a defesa de Gabriel, afirma que os fatos que motivaram a prisão não correspondem ao crime de extorsão (leia as notas na íntegra ao final do texto).
De acordo com a investigação, o tio de Gabriel compareceu a uma delegacia para informar que o sobrinho estava encaminhando mensagens de áudio, afirmando que tinha sido capturado por policiais quando saía de um motel portando drogas. Dizia ainda que, para não ser preso, teria que pagar R$ 1 mil.
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Yeda Freitas em um barco em Brasília e em frente a um carro
Divulgação/Redes Sociais
Por medo da situação que envolvia o sobrinho, o tio transferiu o valor para a conta dele via PIX, conforme ele pediu. Os relatos da Polícia Civil afirmam ainda que a vítima do golpe recebeu fotos de visualizações únicas, onde mostrava o sobrinho em pé e com as mãos para trás em frente a um veículo.
Nas mensagens, Gabriel relatava que Yeda foi liberada pelos policiais e que já não estava com ele na suposta abordagem. Além disso, os relatos afirmam ainda que Gabriel pediu a mesma quantia a outros dois familiares.
Influenciadora digital é presa em flagrante por extorsão, após simular um falso sequestro
Após a denúncia do tio, os policiais conseguiram localizar o endereço de Yeda e foram até a residência dela. Segundo a Polícia Civil, no condomínio onde a influenciadora reside, foi encontrado o carro em que aparecia nas imagens enviadas por Gabriel.
No apartamento da influenciadora, o casal foi encontrado em situação de normalidade. No local, estava também presente a mãe de Yeda, de acordo com a investigação.
Yeda Freitas foi presa em Goiânia, em Goiás
Reprodução/Redes Sociais
Ainda segundo a Polícia Civil, após ser perguntado sobre a situação de sequestro informada pelo tio, o namorado da influenciadora informou que a situação nunca existiu e que forjou o crime junto com Yeda, para extorquir e repassar o dinheiro para a sogra pagar o aluguel, que estava atrasado.
Em depoimento, a mãe de Yeda afirmou que não tinha conhecimento da procedência do dinheiro e que, se soubesse, jamais aceitaria.
Após constatarem a farsa, os policiais algemaram e anunciaram a prisão em flagrante do casal pelo crime de extorsão. Durante o depoimento, ao qual o g1 teve acesso, a influenciadora permaneceu em silêncio na maioria das perguntas e disse que o namorava Gabriel há 4 meses e que ele a ajudava financeiramente.
Já Gabriel, assumiu a autoria total do crime no depoimento. Contradizendo a versão afirmada durante a prisão, afirmou ainda que a namorada não tinha relação com o caso.
Investigada por homicídio
Da esquerda para a direita: Yeda Freitas, Antonio Luiz, Mateus Barbosa, José Camilo e Getúlio Júnior (Reprodução)
Reprodução
Em maio de 2023, Yeda Freitas foi presa suspeita de ser cúmplice de um assassinato que aconteceu em março de 2022, em Goiânia. A prisão foi decretada pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia.
De acordo com a Polícia Civil, Douglas Henrique Silva foi morto no dia 14 de março de 2022, na Rua Anchova, Jardim Atlântico. A polícia explicou que Yeda se beneficiava financeiramente de um esquema de tráfico do qual o ex-namorado participava.
Ainda de acordo com a polícia, para deixar de pagar uma dívida, o namorado dela havia armado uma “emboscada” para a vítima, que ela é suspeita de ter participado. Durante a Operação Omertàm, a polícia também prendeu outras duas pessoas: Mateus Barbosa da Silva, José Camilo Pereira Bento.
O g1 não conseguiu contato com a defesa dos outros envolvidos até a última atualização desta reportagem.
Nota da defesa de Yeda Freitas
Yeda de Sousa Freitas, através de seus advogados, em atenção às recentes notícias que a mencionam como suposta coautora em um crime de extorsão, vem esclarecer os fatos à imprensa e à sociedade. No dia 5 de novembro de 2024,Yeda foi detida em flagrante junto a um terceiro (Gabriel Felipe Arantes Silva) por suposta prática de extorsão.
Destaca-se que Yeda de Sousa Freitas não possui qualquer envolvimento com o ato criminoso. No curso do inquérito policial, conduzido pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), todos os depoimentos obtidos – tanto de testemunhas quanto dos próprios envolvidos – atestam que Yeda não participou da preparação ou execução dos atos. O autor do ato, Gabriel Felipe Arantes Silva, inclusive, assumiu integralmente a responsabilidade pelos acontecimentos. Yeda constituiu defesa técnica e está colaborando ativamente para que os fatos sejam rapidamente esclarecidos, visando à sua absolvição e à preservação de sua honra e integridade. Ela permanecerá, durante todo o curso do processo, à disposição do Poder Judiciário do Estado de Goiás para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários.
A defesa de Yeda de Sousa Freitas permanecerá firme e determinada no compromisso processual para obtenção da verdade. Igor Lázaro Pires Neto, advogado de Yeda de Sousa Freitas
Goiânia, Goiás, 07 de novembro de 2024
Nota da defesa de Gabriel Arantes
Gabriel Felipe Arantes Silva, por meio de seu advogado, vem a público esclarecer que os fatos que motivaram a sua prisão na noite do dia 5 de novembro de 2024 não correspondem à gravidade do delito de extorsão, conforme apontado pela autoridade policial da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
Segundo depoimentos colhidos da vítima, de uma testemunha e do próprio investigado, em nenhum momento houve emprego de violência ou grave ameaça, elementos essenciais para a tipificação do crime de extorsão, nesse momento, considerando o estágio atual das investigações, a conduta de Gabriel Felipe aparenta ser mais compatível com o crime de estelionato, tipificado no artigo 171 do Código Penal.
Cabe frisar que Gabriel Felipe agiu de forma isolada, sem a participação de terceiros. Durante seu interrogatório, ele demonstrou arrependimento e comprometeuse a reparar os danos causados à vítima mediante restituição dos proveitos obtidos, que ainda não ocorreu exclusivamente por ausência de expedição da guia de reparação pela própria autoridade policial da DEIC.
Gabriel Felipe está plenamente disposto a colaborar com o processo investigativo, comprometendo-se a comparecer a todos os atos processuais e, para tanto, já constituiu defesa técnica para representá-lo neste processo.
Por fim, conforme garantido pela Constituição Federal, todo cidadão tem o direito a um julgamento justo, conduzido com imparcialidade e respeito aos direitos humanos. Neste momento, sendo fundamental que o Poder Judiciário assegure todas as garantias constitucionais e legais, incluindo o amplo direito de defesa, a presunção de inocência e o devido processo legal, princípios fundamentais de um Estado Democrático de Direito.
Atenciosamente,
João Henrique Rezende Martins, advogado de Gabriel Felipe Arantes Silva
Goiânia, Goiás, 07 de novembro de 2024
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