Jovens entrevistados pelo g1 em Pernambuco disseram que a retirada de disciplinas da grade de estudos prejudica desempenho nas provas e que precisaram estudar ‘por fora’ os assuntos. Alunos entram em prédio da Unicap, no Recife, no segundo dia de provas do Enem 2024
Alunos que fazem a prova do Enem no Recife apontaram a adoção do novo ensino médio como um dos desafios para se preparar para o exame, principal porta de entrada para o ensino superior no país. Neste domingo (10), os candidatos respondem a questões de matemática e ciências da natureza.
Aline Guedes, de 17 anos, vai tentar uma vaga no curso de análise de sistemas, mas disse que as expectativas estão baixas por causa do atual modelo do ensino médio.
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“A prova de linguagens e de humanas tinha muita filosofia, muita sociologia, e foi justamente as matérias que cortaram no ensino médio, que a gente não tinha aula. A minha sorte é que como eu estava na área de exatas na escola, eu tinha mais aulas de matemática, enquanto os outros não tinham”, contou a jovem.
A recifense Evelyn Arruda, de 17 anos, também disse ter se sentido prejudicada pelo modelo do novo ensino médio. “Foi muito melhor dar uma desistida das trilhas (de aprendizagem) e focar mais, estudar mais para o Enem”, afirmou a adolescente, que quer cursar odontologia.
Evelyn Arruda disse que se sentiu prejudicada no Enem pelo novo modelo de ensino médio, que retirou disciplinas da grade curricular
Paulo Veras/g1
Evelyn, que já fez o Enem de forma experimental no ano passado, disse que a experiência a tranquilizou para a prova deste ano. “Vai ser mais fácil gerenciar o meu tempo, não perder tanto tempo em questões que eu não entendo”, explicou.
O sentimento é parecido com o de Felipe Albuquerque, de 25 anos, que já fez o exame algumas vezes, mas tenta novamente entrar no curso de medicina de uma universidade pública — atualmente, ele faz o primeiro período do curso numa faculdade particular.
“Acho que se a gente for fazer a prova com a cabeça muito nervosa, muito quente, inclusive o que a gente sabe, a gente esquece na hora. Então a gente tem que fazer bem, confiando no que a gente sabe”, disse o rapaz, antes de entrar no prédio.
Em Pernambuco, mais de 275 mil pessoas se inscreveram para fazer o exame em 2024.
Candidatos aguardavam para entrar na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), um dos locais de realização do Enem 2024 no Recife
Paulo Veras/g1