14 de novembro de 2024

Guarda Civil de Guarulhos vai investigar por que não havia nenhum guarda no posto do aeroporto durante execução de delator do PCC


Crime aconteceu na frente de um micro-ônibus da guarda que é fixo no Aeroporto Internacional de São Paulo, mas nenhum agente estava no local na hora. Tiroteio aconteceu em frente à base da GCM (micro-ônibus preto à direita) no aeroporto
Reprodução/TV Globo
A Guarda Civil Municipal (GCM) de Guarulhos, na Grande São Paulo, vai investigar por que não havia nenhum agente na base da corporação no Aeroporto Internacional de São Paulo no momento em que um delator do PCC foi executado com dez tiros.
O crime aconteceu na tarde de sexta-feira (8) bem em frente ao micro-ônibus da GCM que fica estacionado no aeroporto, mas nenhum guarda estava no local para prestar suporte ou intervir na ação dos atiradores.
Segundo o comando da GCM, naquele mesmo horário, os agentes da corporação, que andam armados, atendiam a uma outra ocorrência, junto à Delegacia da Polícia Civil de Cumbica.
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Fontes ligadas à gestão municipal querem saber se a ocorrência foi “plantada” para desviar a atenção dos guardas na hora do tiroteio ou se foi só uma coincidência. A sindicância foi aberta no sábado (9).
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Funcionários da prefeitura ouvidos pela TV Globo admitiram, no entanto, que os agentes pouco conseguiriam fazer no momento da ação, por conta do armamento pesado que os atiradores usaram no assassinato do delator Antonio Vinicius Lopes Gritzbach.
“Os GCMs ficam naquela base móvel mais para dar informação, conter algum tipo de pequeno tumulto, da pessoa que fica revoltada com um voo que atrasou, uma briga de motoristas de aplicativo, overbooking etc. Por isso que são sempre GCMs recém-formados, que fazem rodízio nesse posto”, admitiu uma fonte da gestão do prefeito Gustavo Guti (PSD).
“A GCM ali não ia ter preparo para combater quatro caras armados de fuzil, mas temos que investigar tudo”, completou.
Por meio de nota enviada pela Prefeitura de Guarulhos, a GCM disse que a base serve apenas como apoio dentro do terminal para garantir a segurança da via.
No tiroteio, outras três pessoas foram atingidas. Um motorista de aplicativo morreu e um empregado terceirizado do terminal e uma mulher que estava no local ficaram feridos.
Base da GCM no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos, na frente do local do tiroteio da sexta-feira (8).
Reprodução/TV Globo
Gritzbach se recusou a entrar no programa de proteção do Ministério Público porque alegava que podia bancar a própria segurança e não queria abrir mão do estilo de vida que levava.
Nenhum dos quatro policiais militares contratados como seguranças particulares, porém, estava com ele no momento do assassinato.
A Polícia Militar também abriu uma investigação para apurar a conduta dos PMs. Eles estavam de folga, mas foram afastados das funções na corporação até o fim das investigações.
Imagens obtidas pelo Fantástico, da TV Globo, mostram que os policiais que deveriam ir buscar Gritzbach no aeroporto ficarem presos em um restaurante por causa de problemas no carro da equipe (veja vídeo abaixo).
Investigadores desconfiam dessa versão (leia mais). Uma das linhas de investigação do DHPP é que os seguranças teriam falhado de forma proposital.
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Bagagem milionária
Ao desembarcar em Guarulhos, Gritzbach levava uma bagagem com mais de R$ 1 milhão em joias, algumas com certificados de joalherias de luxo, como Bulgari e Cartier, além de objetos de valor.
Segundo fontes da polícia, parentes contaram que Gritzbach tinha ido à capital alagoana cobrar uma dívida.
Os policiais querem saber quem é a pessoa que fez o repasse do material valioso ao delator e se essas joias têm alguma ligação com o crime ocorrido na tarde de sexta.
O corpo de Gritzbach foi enterrado no domingo (10) no Cemitério Parque Morumby, na Zona Sul de São Paulo.
Gritzbach levava uma bagagem contendo mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor no momento do crime
Reprodução
Empresário fez acordo para delatar PCC e policiais
Gritzbach era investigado por envolvimento com o PCC e, em março, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) com a promessa de entregar esquemas de lavagem de dinheiro.
Nos depoimentos, ele acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de exigir dinheiro para não o implicar no assassinato de um integrante do PCC.
Além disso, ele deu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Infográfico mostra áreas do corpo de Antônio Vinicius Gritzbach atingidas por tiros
g1
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