20 de setembro de 2024

Caso Marielle: PGR se mobilizou por aval de promotores de casos que envolvem Ronnie Lessa para obter delação premiada

Contato foi para negociar benefícios em processos de Lessa que não estão ligados ao assassinato de Marielle e Anderson. O acordo de delação premiada de Ronnie Lessa, acusado de ser o assassino da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, só saiu do papel depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou promotores do Rio para validar a unificação de penas e condenações futuras em pelo menos dez casos de processos criminais e investigações que envolvem o ex-PM.
O Ministério Público Federal, em Brasília, acionou os promotores para tentar costurar essa unificação, uma vez que vários promotores não têm conexão direta com as investigações sobre o assassinato da vereadora, seis anos atrás. Eles foram consultados para saber se aceitariam eventuais benefícios legais para Lessa a partir da delação sobre caso Marielle.
A proposta dos termos de uma delação premiada é uma via de mão dupla. O colaborador entrega o que sabe e, em contrapartida, recebe benefícios da Justiça caso a delação avance e se concretize.
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Assim, uma engenharia jurídica do acordo foi costurada pela PGR, considerando todo histórico de casos envolvendo Ronnie Lessa. Uma vez finalmente obtido o sinal verde das partes em outros casos, a delação premiada caminhou para ser referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo fontes envolvidas no caso Marielle, a Polícia Federal (PF) recebeu da PGR diversos pedidos de diligências a partir do relatório final apresentado ao STF.
As partes estão em conversas constantes. As diligências estão em curso e ainda não se bateu martelo de quando uma denúncia será oferecida contra os mandantes.

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