19 de novembro de 2024

Aldeia indígena promove turismo ecológico e comunitário com as riquezas da Amazônia no Pará, sede da próxima COP


Aldeia Vista Alegre é exemplo de economia sustentável e ecológica. Aldeia indígena promove turismo ecológico e comunitário com as riquezas da Amazônia
Na aldeia Vista Alegre do Capixauã, no Pará, indígenas da etnia Kumaruara, promovem o empreendedorismo e o turismo ecológico e comunitário para quem quiser conhecer e viver de perto as riquezas da Amazônia a partir da sustentabilidade.
O estado será a próxima sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), em 2025. Para a 30ª edição do evento, Belém espera receber cerca de 40 mil pessoas de diversas partes do mundo, que poderão desbravar as belezas de outros municípios e comunidades ao redor, como a aldeia Vista Alegre, próxima a Alter-do-chão, conhecido como o “Caribe Amazônico”.
Igarapé é uma das belezas atrativa aos turistas que vão à aldeia.
Reprodução / TV Globo
Para chegar à Vista Alegre é preciso sair de barco de Alter e atravessar o imponente rio Tapajós. Já na aldeia, todo grupo de turista é recebido com uma explicação sobre o turismo comunitário realizado no local.
“Que vocês se sintam à vontade aqui na nossa aldeia e que possam desfrutar das belezas naturais que temos para oferecer a vocês. […] Vocês estão em casa. Se sinta feliz, se sinta seguro, como se você estivesse na sua casa”, foi as boas-vindas dos integrantes da aldeia.
Turismo sustentável e geração de renda
A comunidade organiza e proporciona desde passeios à alimentação regional, feita com produtos da própria aldeia. Assim, as atividades geram renda aos 115 moradores de 29 famílias que vivem na localidade.
Moradores da aldeia preparam todas as atividades para os visitantes.
Reprodução / TV Globo
“O indígena trabalha sem desmatar a natureza. Para não desmatar aparece o turismo, que impede com que o nosso serviço seja desmatar”, esclareceu o agricultor e uma das lideranças da aldeia, Francisco Carlos Gomes de Souza.
Ele explicou que o dinheiro fruto do turismo é dividido igualmente entre todos os que trabalham para receber os visitantes. “Nós trabalhamos em ‘rodízio’. Aqui todos ganham uma coisa só. Se um ganha R$ 20, ganham R$ 20 todos”.
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Riquezas da Amazônia
Os turistas também podem levar pra casa, além das fotos e das memórias, os artesanatos do povo Kumaruara, feitos a mão e vendidos pelas mulheres da aldeia.
Artesanato local e redes do redário da pousada da comunidade.
Reproduição / TV Globo
Para incentivar o turismo, Vista Alegre ganhou a pousada ‘Uka Surí’, financiada pelo Fundo Amazônia — que promove a conservação e o uso sustentável da floresta amazônica, além de buscar atrair doações para investimentos ​​em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.
Na pousada, além da cozinha equipada, a estrutura tem quarto com redário e varanda, o que mantém a conexão dos turistas com a natureza.
O momento considerado o ponto alto da visita à comunidade é a caminhada por uma trilha na floresta que termina no igarapé Capixauã, de águas cristalinas.
Igarapé Capixauã, no Pará.
Reprodução / TV Globo
“Eles (turistas) ficam encantados. Eles gostam da água e acham maravilhoso. Então, ficamos muito satisfeitos quando o cliente fica satisfeito também. Nós trabalhamos bastante com preservação do meio ambiente. Nós já trabalhamos o reflorestamento. Temos um prazer enorme de mostrar nossas belezas naturais aos nossos clientes”, destacou o agricultor Lúcio Melo.
Depois da trilha e do banho, a volta para a sede da aldeia é em uma canoa típica da Amazônia, chamada “Bajara”. O retorno é um momento de contemplação e descoberta.
“Era um sonho já, há muito tempo, vir aqui conhecer essa terra. Sair um pouco da cidade, ter esse contato maior com a natureza, ter contato com a sabedoria dos povos originários faz uma grande diferença em qualquer momento”, comentou a visitante Endsara Pereira de Souza.
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