Principal bicheiro do Rio foi transferido nesta terça-feira para o Presídio Federal de Campo Grande (MS), onde estão chefes do tráfico e da milícia e deputado acusado de mandar matar Marielle. Zinho (no alto, à esquerda), Chiquinho Brazão (no alto, à direita), Marcinho VP (à esquerda, embaixo) e Rogério Andrade (à direita, embaixo)
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O contraventor Rogério Andrade, transferido na manhã desta terça-feira (12) de Bangu 1 para o Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, vai ficar na mesma unidade de segurança máxima que outros presos considerados perigosos oriundos do Rio de Janeiro.
Entre outros, o principal bicheiro do Rio vai conviver com:
Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, o mais temido miliciano do Rio;
deputado federal Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL);
e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos chefões do Comando Vermelho.
Rogério Andrade é transferido para presídio federal no Mato Grosso do Sul
A transferência para a penitenciária federal foi determinada pela 1ª Vara Criminal da Capital.
Rogério foi preso no final do mês passado na Operação Último Ato, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). O contraventor é acusado de ser o mandante da morte do rival Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020.
Celas de 6 m² sem tomadas elétricas
Criados a partir de 2006, no Governo Lula, os presídios federais têm como objetivo isolar as lideranças e presos de alta periculosidade ou que estejam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
Os detentos ficam presos em celas de 6 m², sem companhia e com apenas cama, sanitário, pia, chuveiro mesa e assento no ambiente.
Localizada numa área rural da capital, o complexo tem 12,6 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 208 presos em celas individuais. A unidade possui equipamentos de segurança de última geração, como aparelho de raios X, de coleta de impressão digital e detectores de metais de alta sensibilidade.
Distribuídas em regiões do país, as penitenciárias federais estão em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília (DF).
Os outros presos
Em março, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), foi transferido para Campo Grande a pedido da sua defesa.
Ele e o irmão Domingos Brazão foram apontados em delação do ex-PM Ronnie Lessa como os mandantes do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes.
Desde março deste ano, Zinho aguarda julgamento na penitenciária de Campo Grande. Ele foi preso no dia 24 de dezembro de 2023, quando se apresentou à Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio, na Praça Mauá, Região Portuária da cidade. A prisão ocorreu depois de intensas negociações entre seus advogados e a polícia.
Zinho é apontado como responsável por comandar os ataques à Zona Oeste no final do ano passado, após a morte de Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, sobrinho do miliciano. Naquele momento, havia, pelo menos, 12 mandados de prisão contra o miliciano expedidos pela Justiça.
Em Campo Grande também está Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho (CV). O bandido transferido para unidade em janeiro, após a fuga de presos do presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
O traficante preso desde 1996, quando foi detido em Porto Alegre (RS). Ele é condenado a 37 anos de prisão por associação criminosa, tráfico de drogas e homicídio.