18 de novembro de 2024

Redes sociais podem estimular o desenvolvimento de transtorno alimentar


No Brasil, cerca de 15 milhões de pessoas sofrem com anorexia ou bulimia; transtornos elevam o risco de morte Pessoas com anorexia ou bulimia possuem alto risco de morte.
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Pesquisa realizada em 16 países, incluindo o Brasil, aponta que um em cada cinco jovens de 6 a 18 anos têm transtorno alimentar. No caso de mulheres, chega a um terço. Para os especialistas um dos motivos pode estar no conteúdo consumido nas redes sociais.
“O transtorno alimentar é na verdade uma condição psiquiátrica que se revela através de comportamentos relacionados a hábitos alimentares. Os casos mais conhecidos e abordados são anorexia e bulimia”, explica a neuropsicóloga Suzana Lyra (CRP03/9748).
Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria apontam que os distúrbios alimentares atingem mais de 70 milhões de pessoas no mundo, sendo 15 milhões delas no Brasil.
Na anorexia nervosa, que atinge 1% da população brasileira, a pessoa passa a enxergar o próprio corpo de maneira distorcida, geralmente muito acima do peso, o que leva a dietas restritivas, exercícios físicos em excesso, indução de vômito e o uso de medicamentos como diuréticos e laxantes.
“São os casos de jovens e adultos que pesam entre 25 kg e 30 kg, se olham no espelho e ainda se acham ‘gordos’. Os riscos da anorexia estão na baixa imunidade, enfraquecimento dos músculos e dos ossos, interrupção da menstruação no caso das mulheres, arritmia cardíaca, convulsões e em alguns casos, pode ser fatal”. O índice de mortalidade de pacientes com anorexia nervosa pode chegar a 20%.
Já a bulimia nervosa, mais difícil de ser detectada, atinge 1,5% da população.
“Neste caso, não há grandes alterações no corpo do paciente, sendo mais percebida através da compulsão alimentar, seguida pelo sentimento de culpa e o vômito, comportamento chamado de ‘purgativo’. Além do enfraquecimento, assim como na anorexia nervosa, existe elevado risco de morte”, afirmou.
Neuropsicóloga Suzana Lyra explica como as redes sociais podem estimular os transtornos alimentares
Renato Santana Santos
Diretora e Responsável Técnica do Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN), a especialista alerta que além de motivos genéticos, no caso da anorexia, os fatores ambientais como problemas familiares, de personalidade, negligência e abuso, bem como o conteúdo consumido nas redes sociais, devem ser avaliados.
“Os casos de adolescentes, e até crianças, com transtornos alimentares, reforçam a importância do alerta quanto ao conteúdo que se tem acesso nas redes sociais. Seguir páginas que falam sobre emagrecimento ou de personalidades com o biotipo completamente diferente do seu, força uma busca por um ideal que não é possível de ser alcançado, propondo uma comparação equivocada que estimula e impulsiona os transtornos alimentares ”.
Responsável Técnica: Dra Suzana Lyra (CRP03/9748), Neuropsicóloga.

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