16 de novembro de 2024

Barroso diz ver ‘impacto negativo’ na articulação global com volta de Trump ao poder nos EUA


Presidente do STF externou preocupação com meio ambiente ao lembrar que Trump retirou EUA do Acordo de Paris. Mas disse que cenário pode gerar novas lideranças climáticas. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, durante evento em Brasília
Evandro Macedo/LIDE
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (13) que a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos pode gerar um “impacto negativo” na articulação global, em especial, nas questões ambientais.
O ministro deu a declaração durante participação no Fórum Brasil, organizado pelo Grupo Lide. O tema do evento realizado em Brasília foi: “Desafios para um Brasil melhor e mais sustentável”.
Questionado sobre o resultado da eleição norte-americana e as consequências para o Brasil, Barroso disse que as relações entre países são baseadas em interesses e, portanto, devem ser pragmáticas.
“Do ponto de vista ideológico e da articulação global, vai haver um impacto que pode ser negativo. Todo mundo sabe a posição do presidente eleito dos EUA, já saiu uma vez do acordo de Paris. Eu acho lamentável”, afirmou o presidente do STF.
O Acordo de Paris é um tratado assinado por vários países, em 2015, que tem como objetivo manter o aquecimento global do planeta abaixo de 2ºC até o final do século. Um dos principais meios para atingir a meta é a redução de emissões dos gases que causam o efeito estufa.
Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris em 2020, mas o país voltou a cumprir com o tratado no ano seguinte, quando Joe Biden assumiu a Presidência. O Republicano já prepara uma nova retirada do país norte-americano do acordo.
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Para o presidente do STF, no entanto, embora exista a possibilidade de um prejuízo à articulação global nas questões climáticas, o novo cenário também pode favorecer o surgimento de novas lideranças climáticas. Ele citou a China como exemplo.
“Eu não sei como essas placas tectônicas vão se ajustar, mas há uma demanda no mundo humanista por um enfrentamento à mudança climática, que, se ela não for enfrentada com a liderança dos EUA, vão aparecer outras lideranças, e quem sabe não possa ser uma oportunidade”, concluiu.

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