Veículo saiu de Santa Catarina no dia 26 de julho e está na capital desde 27 daquele mês. Ele circulou principalmente nas cidades de Ceilândia e Taguatinga. Carro foi encontrado com explosivos no estacionamento da Câmara
Reprodução
O carro do homem que morreu após detonar artefatos explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta quarta-feira (13), está em Brasília desde o dia 27 de julho deste ano. Ele saiu do Rio do Sul, em Santa Catarina, um dia antes.
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Conforme apurado pela TV Globo, a Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou que o veículo continuou circulando em Brasília desde então — prioritariamente nas cidades de Ceilândia e Taguatinga. As informações foram obtidas por meio de um sistema de monitoramento de veículos.
O carro está no nome de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, segundo o delegado-geral de Santa Catarina Ulisses Gabriel. O boletim de ocorrência da Polícia Civil do DF confirma que ele é a vítima das explosões desta quarta.
Duas explosões foram ouvidas por testemunhas em frente ao STF. Momentos antes, outras explosões aconteceram no carro de Francisco Wanderley, que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
A Polícia Militar do Distrito Federal fez uma varredura na Praça dos Três Poderes, na manhã desta quinta-feira (14), e encontrou:
um relógio com contagem regressiva no corpo de Francisco Wanderley;
dois artefatos explosivos no cinto do homem;
um artefato explosivo próximo ao corpo;
um extintor de incêndio adaptado para explosão próximo ao corpo.
Com o fim da varredura da PM e da Polícia Federal na Praça dos Três Poderes, o corpo foi liberado para remoção pelo Instituto Médico Legal (IML), retirado por volta das 9h desta quinta-feira e encaminhado para o Serviço de Medicina Legal da Polícia Federal, no Instituto Nacional de Criminalística. O trabalho dos militares continua próximo ao carro de Francisco Wanderley.
O trânsito está interditado a partir da avenida das bandeiras. Apurações da TV Globo apontam que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos orientou que o expediente nesta quinta-feira será normal. A Câmara dos Deputados e o Senado têm atividades suspensas até meio-dia, assim como o STF.
O que se sabe sobre o caso:
Por volta das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas, havia fogos de artifício e tijolos.
O veículo tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O dono é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa). Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás.
Cerca de 20 segundos após o episódio no estacionamento, um homem morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto). Até a última atualização desta reportagem, o corpo não havia sido retirado do local.
Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, a vítima da explosão foi identificada como sendo Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem “abriu a camisa” e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram. Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último artefato e colocou na cabeça como um travesseiro.
No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, “manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições”.
O esquadrão antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu.
No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas.
A sessão do STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto – e não houve ordem para evacuar o prédio. A segurança do palácio vai ser reforçada com integrantes do Exército.
Depois do episódio, ele se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial.
A PF abriu inquérito para apurar as explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes.
Testemunhas relataram que “o barulho foi muito alto” e que viram “o pessoal correndo”.
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