Cidade da Baixada Santista também aparece na 13º colocação no ranking nacional, segundo levantamento do ObservaHR Santos é a cidade com o terceiro maior número de pessoas em situação de rua no estado São Paulo, aponta relatório
Matheus Tagé/ Arquivo/ Jornal A Tribuna
A cidade de Santos, no litoral de São Paulo, é a terceira com mais pessoas em situação de rua no estado e a 13º no país. O levantamento foi feito com base nos registros do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) de 2023, e foi divulgado pelo Relatório de Observação Nacional dos Direitos Humanos (ObservaHR) (Confira ranking abaixo).
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Com 1395 pessoas em situação de rua, Santos supera cidades maiores em termos demográficos, como: Guarulhos, Osasco e São Bernardo do Campo em números totais. Na lista, a cidade fica apenas atrás da capital paulista e de Campinas, ambas com mais de um milhão de habitantes.
Proporcionalmente, Santos chega a superar Campinas, segunda colocada na lista. Os números registrados no município do litoral correspondem a 0,284% da população total, ultrapassando a cidade do interior, com 0,195% dos habitantes.
No cenário nacional, Santos aparece na 13º colocação. À frente da cidade, apenas Campinas não é uma capital estadual. E, com exceção da capital de Roraima, Boa Vista (413.416 habitante), o município da Baixada Santista possui a menor população, com 418.608 habitantes, entre os 20 primeiros colocados.
Ranking da Baixada Santista
1º – Santos – com 1.395 pessoas ou 0,284% da população
Em nota, a Prefeitura justificou que, por ser a cidade polo da Baixada Santista, Santos absorve demandas regionais, entre elas o atendimento às pessoas em situação de rua. E que, desde o ano passado, foram investidos mais de R$ 2,5 milhões para dobrar a capacidade do amplo atendimento.
De acordo com a administração pública foram feitas 15.816 abordagens a pessoas em situação de rua em 2023 e outros 16.452 novos atendimentos em 2024. Além de 324 recâmbios qualificados de pessoas que retornaram às cidades de origem, entre janeiro e outubro de 2024.
A prefeitura destacou ainda o Consultório na Rua, que neste ano já realizou 793 consultas e 10.552 procedimentos realizados. Além do Projeto Fênix, que atendeu a 100 pessoas, proporcionando capacitação profissional e emprego em equipamentos municipais.
2º – São Vicente – com 759 pessoas ou 0,199% da população
Sobre o número apresentado na pesquisa, a prefeitura informou que este já sofreu alteração, e que hoje são 812 as pessoas em situação de rua na cidade, conforme o CadÚnico de 2023 — a pesquisa divulgada pelo ObservaHR se baseou nos números Cadastro Único de julho do mesmo ano.
Administração municipal tem implementado programas específicos e políticas públicas para reverter o cenário. Foram destacadas as ofertas de albergues, casas de acolhimento, além do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), que oferece suporte, atendimento social, psicossocial e encaminhamento.
3º – Praia Grande – com 485 pessoas ou 0,132% da população
A prefeitura afirmou investir em opções para dar suporte às pessoas em situação de rua. Entre os serviços prestados a cidade citou o Centro POP, que presta apoio multidisciplinar.
Segundo a administração municipal, a maior dificuldade dos profissionais encontram é na abordagem e trabalho de convencimento das pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.
4º – Guarujá – com 358 pessoas ou 0,102% da população
A prefeitura informou avaliar a situação dessas pessoas em vulnerabilidade para dar o encaminhamento adequado a cada uma delas. Ao mesmo tempo, são oferecidos atendimentos nas áreas de saúde e assistência social, além de alimentação, higienização e documentações.
A administração municipal também disse manter um Consultório na Rua, que integra a Rede de Atenção Básica da rede municipal de saúde, e oferece atendimento móvel e conta com uma equipe multiprofissional.
5º – Itanhaém – com 224 pessoas ou 0,207% da população
A cidade tem o segundo maior número proporcional de pessoas em situação de rua. A prefeitura informou que os números apresentados estão desatualizados, e que, recentemente, o sistema do CadÚnico apresentou atualizações que estabeleceram critérios mais claros quanto aos municípios.
Segundo a administração municipal, atualmente, 76 pessoas vivem em situação de rua. O número, porém, pode passa de 100 devido à rotatividade. A prefeitura informou, ainda, que oferece acolhimento e serviços essenciais para garantir a dignidade e o bem-estar das pessoas, e destacou o Centro POP.
6º – Cubatão – com 195 pessoas ou 0,150% da população
De acordo com a Secretaria de Assistência Social são realizadas abordagens de maneira constante junto às pessoas e famílias identificadas em situação de rua, além de acompanhamento territorial das famílias em situação de vulnerabilidade social na Proteção Social Básica.
A cidade também dispõe de cadastramento social para inclusão em programas de transferência de renda disponíveis, ações de segurança alimentar, oferta de oficinas de inclusão produtiva e Centro POP.
7º – Bertioga – com 141 pessoas ou 0,145% da população
A prefeitura informou que acolhe homens, mulheres e famílias que se encontrem nessa situação. Ofertando refeição, banho e atendimento técnico com psicólogo e assistente social, por meio da casa de passagem para pessoas em situação de rua.
8º – Mongaguá – com 105 pessoas ou 0,118% da população
Em nota, a prefeitura informou que embora não exista um serviço específico de abrigo, estão sendo estudadas soluções para implementar ações e programas de reintegração social.
A Secretaria de Assistência Social realiza abordagens sociais e oferece banhos, orientação, apoio e encaminhamentos para a reintegração.
9º – Peruíbe – com 92 pessoas ou 0,121% da população
De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, a cidade conta com equipe de abordagem social, que atua diariamente a fim de cadastrar e encaminhar ao setor de atendimento à população de rua.
Segundo o setor, são cerca de 30 atendimentos diários, média de 40 recâmbios e 10 encaminhamentos e internações em comunidades terapêuticas, além de uma média de quatro a cinco RG semanais.