Presidente da Argentina saudou a volta do bilionário à Casa Branca como “o maior retorno político da história”. Ele deve ser o único chefe de Estado da América Latina a ser recebido pelo presidente eleito antes da posse em Washington, em janeiro. Donald Trump e Javier Milei se cumprimentam durante evento de gala na propriedade do presidente eleito dos EUA, em Mar-a-Lago, na Flórida
Carlos Barria/Reuters
O presidente da Argentina, Javier Milei, foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Donald Trump após a vitória nas eleições de 5 de novembro, nesta quinta-feira (14).
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O encontro ocorreu em um jantar de gala organizado em Mar-a-Lago, na Flórida, para comemorar o retorno do republicano à Casa Branca. Na ocasião, Milei discursou e descreveu a eleição de Trump como o “maior retorno político da história”.
“Foi o maior retorno político da história, desafiando todo o ‘establishment’ político, inclusive arriscando a própria vida”, disse Milei ao apresentar Trump no palco do evento.
“Graças a isso, hoje o mundo é um mundo muito melhor. Hoje, sopram os ventos da liberdade, sopram com muito mais força”, acrescentou o presidente argentino.
Trump foi o anfitrião de um evento organizado pelo “America First Policy Institute” em meio a uma reunião da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) em Mar-a-Lago, a residência particular do magnata na Flórida.
Bilionário Elon Musk é nomeado por Trump para determinar cortes do gasto público
Também estava presente Elon Musk, a quem Trump atribuiu um papel importante para reformar o governo federal, à frente de um departamento recém-criado. Milei posou para as câmeras com os dois.
Após o anúncio da vitória de Trump na semana passada, Milei o parabenizou com mensagens no Instagram e na rede X. “Você sabe que pode contar com a Argentina para tornar os Estados Unidos grandes novamente”, escreveu.
Milei, que transformou a motosserra em uma metáfora para os cortes de gastos do Estado, não poupa elogios tanto para Trump como para Musk, proprietário de empresas como a rede social X, a SpaceX e a Tesla.
Após a vitória nas eleições da Argentina em novembro do ano passado, Trump parabenizou Milei com uma versão de seu slogan “Make America Great Again”: “Faça a Argentina grande novamente”.
Milei deve ser o único presidente da América Latina a ser recebido por Trump antes da posse em 20 de janeiro de 2025. Devido à sua proximidade ideológica, o presidente argentino tem a intenção de ser a referência de Trump entre os líderes da região, em oposição ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Encontro anterior
Em 24 de fevereiro, Milei e Trump tinham-se cruzado na anterior edição da CPAC, em Maryland. Na ocasião, emocionado e eufórico, o presidente argentino, Javier Milei, declarou o seu apoio político ao aliado Donald Trump num breve encontro pessoal.
“O senhor foi um grande presidente e espero que ganhe. Espero vê-lo outra vez. Da próxima vez, como presidente”, declarou o presidente argentino ao republicano. “Eu também espero (ganhar)”, concordou Donald Trump entre abraços com Javier Milei.
Euforia
Assim que a vitória de Donald Trump foi confirmada, Milei foi um dos primeiros presidentes do mundo a dar os parabéns a Trump, dizendo que “pode contar com a Argentina para cumprir com a tarefa de engrandecer novamente a América”.
“Faça a América Grande de Novo. Sabe que pode contar com a Argentina para realizar a sua tarefa”, publicou Milei tanto por escrito quanto num vídeo, de acordo com a rede social de cada publicação.
Esse grau de euforia marcou os últimos dias na Casa Rosada, sede do governo argentino, onde todos vestiram alguma peça de roupa com a cor vermelha (os homens, gravatas), em homenagem à cor do Partido Republicano, de Donald Trump.
Os Estados Unidos são o terceiro maior sócio comercial da Argentina, atrás de Brasil e China, respectivamente.
Com Trump, segundo analistas, a Argentina terá possíveis vantagens financeiras no curto prazo, como um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional, organismo no qual os Estados Unidos são o principal acionista, mas desvantagens comerciais no médio prazo, devido à tendência protecionista de Trump.