16 de novembro de 2024

El Niño aumenta ocorrência do mosquito da dengue no estado de SP, aponta pesquisa


Recipientes descartados ao ar livre, quando expostos aos efeitos do El Niño, como temperatura superior a 23,3° C e chuvas acima de 153 milímetros, apresentaram 1,3 vezes mais larvas do mosquito Aedes aegypti do que em outras condições climáticas. Estudo foi feito por pesquisadores da Fapesp. Aedes aegypti é o transmissor da chikungunya, dengue, Zika e febre amarela
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Uma pesquisa que analisou dados de 2008 a 2018 dos 645 municípios paulistas concluiu que o fenômeno climático El Niño, que intensifica o calor e as chuvas, aumenta a infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, Zika e Chikungunya. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (13) pela Agência Fapesp.
Os cientistas concluíram que recipientes descartados ao ar livre, quando expostos aos efeitos do El Niño — como uma temperatura superior a 23,3° C e chuvas acima de 153 milímetros — apresentavam 1,3 vezes mais larvas do mosquito do que em outras condições climáticas.
O fenômeno provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, alterando a distribuição de umidade e calor no planeta, principalmente onde o clima é predominantemente tropical, como no Brasil.
Um dos autores do estudo, Francisco Chiaravalloti Neto, explica que a ideia da pesquisa é ajudar a elaborar políticas públicas para combater o mosquito e evitar que a doença se espalhe.
“Como ele é previsível, a gente pode usar essa informação para auxiliar no controle, identificar áreas de maior risco e intensificar o controle em períodos de El Niño e onde ele é mais incidente”, explica o pesquisador e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Este ano, o país esteve sob a influência do El Niño até pouco antes do segundo semestre. O Brasil registrou o maior número de casos da série histórica, que começou em 1986.
Até o dia 9 de novembro, o país tinha mais de 6,5 milhões de casos de dengue, com 5.803 mortes;
O estado de São Paulo registrou 2,1 milhões casos e 1.904 mortes;
Na capital, foram 632 mil casos e 393 óbitos.
“A pessoa com dengue pode ter um quadro leve, que parece com um resfriado, mas o quadro mais típico é uma pessoa que tem uma febre um pouco mais alta, fortes dores musculares, dor de cabeça e atrás dos olhos. Nós devemos usar repelente. Sempre que a gente tiver sintomas da dengue, a gente deve procurar a atenção médica. Rapidamente”, alerta o infectologista Renato Grinbaum.
O que diz o governo de SP
Atualmente, no estado de São Paulo, podem tomar a vacina da dengue crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, que é a faixa etária com mais hospitalizações pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses, com três meses de intervalo entre elas.
O governo informou que 391 municípios receberam a vacina e que mais doses estão sendo pedidas ao Ministério da Saúde para ampliar a imunização.

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