Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 34 anos, era considerado foragido da Justiça brasileira desde abril de 2024, quando violou as condições de sua liberdade provisória. Morador de Marília é um dos primeiros detidos pela polícia argentina após pedido de extradição do Brasil de condenados pelo 8 de janeiro
Arquivo pessoal e Reprodução/Rede Globo
O morador de Marília (SP) Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 34 anos, é um dos dois primeiros brasileiros a serem presos na Argentina após a Justiça do país determinar a captura de 61 foragidos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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Rodrigo era considerado foragido da Justiça brasileira desde abril de 2024, quando violou as condições de sua liberdade provisória, desligando a bateria de sua tornozeleira eletrônica.
Ele foi detido durante as manifestações antidemocráticas que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília (DF) e, desde então, cumpria medidas cautelares em sua cidade natal, junto da mulher e de dois filhos.
Morador de Marília é um dos primeiros detidos pela polícia argentina após pedido de extradição do Brasil de condenados pelo 8 de janeiro
Reprodução
Em 2024, Rodrigo foi condenado a mais de 14 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado à deterioração de patrimônio tombado.
A pena também inclui o pagamento de R$ 30 milhões em danos morais coletivos de forma solidária com outros réus. A condenação do mariliense já transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso.
O g1 tenta contato com a defesa de Rodrigo de Freitas Moro Ramalho.
Segundo a polícia argentina, o outro brasileiro preso no país, além de Rodrigo, é o morador de Vitória da Conquista (BA) Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, condenado em 2024 a 17 anos de prisão por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio e associação criminosa armada.
Segundo a polícia argentina, um dos brasileiros presos é Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 34 anos
Polícia de Buenos Aires/Divulgação
Sorocabano foragido
O motoboy Wellington Firmino, morador de Sorocaba (SP), também está entre os foragidos na Argentina. O pedido de extradição dele foi feito no dia 17 de outubro.
No dia 8 de janeiro de 2023, Wellington subiu na torre do Congresso Nacional e se filmou. Ele foi condenado a 17 anos de prisão.
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STF pede extradição
A prisão dos brasileiros é parte de uma operação coordenada entre os dois países após a Justiça da Argentina emitir mandados de prisão para brasileiros foragidos que haviam pedido refúgio no país vizinho.
A operação foi realizada a pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil e conta com a colaboração da Interpol.
O juiz federal argentino Daniel Rafecas foi quem determinou a prisão, em um movimento de apoio à extradição desses cidadãos.
Em junho, o governo da Argentina havia enviado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil uma lista de brasileiros que haviam pedido refúgio no país vizinho após serem condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O atual presidente da Argentina, Javier Milei, é aliado ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que também é investigado no inquérito sobre os episódios de 8 de janeiro.
Um porta-voz do governo de Milei, no entanto, afirmou, em junho, que não havia “pactos de impunidade” e que a Argentina respeitaria as decisões do Judiciário brasileiro.
Em outubro, o ministro Alexandre de Moraes, responsável por supervisionar o inquérito, pediu a extradição dos brasileiros foragidos na Argentina.
Como os foragidos tinham pedido refúgio no país, existia a possibilidade de que a extradição não fosse cumprida. No entanto, uma mudança na legislação da Argentina há um mês determinou que o refúgio não pode ser concedido a pessoas condenadas por crimes graves em seu país de origem.
Na lista de crimes graves estão “atos terroristas”, “violação grava de direitos humanos” e ações que possam comprometer “a paz e a segurança internacional”.
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