20 de setembro de 2024

Presidente do Irã diz que bombardeio que matou chefes militares não vai ficar sem resposta e responsabiliza Israel

Milhares de pessoas foram às ruas, em Teerã, a capital iraniana. O protesto exigia uma resposta militar do país contra Israel. Pediam retaliação aos ataques de segunda-feira (1º), quando o consulado do Irã foi bombardeado em Damasco, capital da Síria. Irã culpa Israel e promete resposta a ataque contra consulado na Síria
O presidente do Irã disse nesta terça-feira (2) que o bombardeio que matou chefes militares no consulado de Damasco não vai ficar sem resposta. Ebrahim Raisi responsabilizou Israel, que não assumiu a autoria do ataque.
Milhares de pessoas foram às ruas, em Teerã, a capital iraniana. O protesto pedia uma retaliação aos ataques de segunda-feira (1º), quando o consulado do Irã foi bombardeado em Damasco, capital da Síria. Sete integrantes da Guarda Revolucionária morreram, incluindo três generais. A operação é considerada o pior ataque ao alto escalão dessas forças militares desde 2020.
O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse que o país vai revidar e que Israel vai se arrepender. O governo de Israel não assumiu a autoria do ataque, mas o porta-voz afirmou que o prédio atingido era uma instalação militar disfarçada e não um prédio diplomático.
Esse último ataque aumentou as tensões entre Irã e Israel. Os dois países tentam evitar um conflito direto. Mas, na avaliação de vários governos – inclusive do Reino Unido -, o Irã tem participação ativa na instabilidade do Oriente Médio e é responsável pelo financiamento de grupos armados em Gaza, no Líbano, no Iraque, na Síria, no Iêmen– que lançam ataques contra Israel.
Em entrevista ao Jornal Nacional, uma pesquisadora da Universidade de Oxford explica que esses grupos armados, apesar de contarem com o apoio do Irã, seguem políticas e interesses próprios. Ela também avalia que o ataque ao consulado iraniano elevou o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio, porque acirrou as relações entre dois países com forte poder bélico e armas nucleares.
Um porta-voz da ONU disse que o secretário-geral António Guterres condenou o bombardeio e afirmou que é preciso respeitar o princípio da inviolabilidade das instalações diplomáticas, de acordo com o direito internacional.
Autoridades dos Estados Unidos afirmaram que os americanos não tiveram nenhuma participação no bombardeio nem receberam informações antecipadas sobre a operação.
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