20 de setembro de 2024

Elevadores da sede do governo de MG precisam de obras de reforço e recuperação estrutural, aponta laudo de engenharia

Documento foi obtido pelo g1 nesta terça-feira (2). Em novembro de 2023, os elevadores foram interditados, e um servidor público da Cidade Administrativa, de 66 anos, teve um mal súbito depois de subir diversos lances de escada no Prédio Minas. Prédio Minas da Cidade Administrativa de Minas Gerais
Danilo Girundi/ TV Globo
Os elevadores da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais, em Belo Horizonte, precisam de obras de reforço e recuperação estrutural antes de voltarem a funcionar, aponta um laudo de engenharia. O documento, com quase mil páginas, foi obtido pelo g1 nesta terça-feira (2).
Os elevadores da Cidade Administrativa, sede do governo de MG, em Belo Horizonte, precisam de obras de reforço e recuperação estrutural antes de voltarem a funcionar, aponta um laudo de engenharia. O documento, com quase mil páginas, foi obtido pelo g1 nesta terça-feira (2).
Em novembro de 2023, um servidor público, de 66 anos, morreu no local. De acordo com colegas de trabalho, Marcos Tadeu Rozemberg passou mal após subir diversos lances de escada do Prédio Minas, que, na época, estava com os elevadores estragados havia cerca de uma semana. Os equipamentos continuam interditados.
Servidor morre após subir escada na sede do governo de MG; prédio está com elevadores estragados
O Prédio Minas tem 30 elevadores, sendo 22 da marca Otis e oito, privativos, da marca Atlas. A empresa Vistoriar Engenharia foi contratada para inspecionar 24 deles e identificou vários problemas, como riscos estruturais e possibilidades de colapso. Veja, abaixo, as principais conclusões do parecer técnico:
Os pilares metálicos dos contrapesos dos elevadores não foram chumbados conforme o projeto, resultando em um espaço vazio entre a viga de concreto armado e as chapas de fixação dos pilares;
Grande parte das barras de fixação estão flexionadas e foram provocadas pelo “Efeito Pino” e também nas instalações onde foram marretadas, pois as furações nas vigas de concreto armado e as chapas de fixação dos pilares metálicos não coincidiam, introduzindo tensões nas peças;
É imprescindível o reforço de todos os pilares metálicos do Prédio Minas;
Os serviços devem ser executados com o maior rigor técnico, coordenado por engenheiro civil de comprovada experiência na área de reforço/recuperação de estruturas;
A liberação dos elevadores do Prédio Minas (exceto os privativos) deve ocorrer após as obras de reforço e recuperação estrutural, mediante laudo de aprovação.
O documento cita vários fatores que podem levar à ruptura da estrutura de suporte, incluindo desgaste, corrosão, sobrecarga, falhas na instalação ou na manutenção, principalmente pelo uso de material inadequado (veja fotos abaixo).
Espaço vazio, não previsto em projeto, entre a chapa metálica de fixação dos pilares e a viga de concreto
Reprodução/Laudo Técnico de Engenharia – Vistoriar Engenharia
Documento cita vários fatores que podem levar à ruptura da estrutura
Reprodução/Laudo Técnico de Engenharia – Vistoriar Engenharia
Ainda segundo o laudo, no elevador “E” foi observado que alguns pilares metálicos estavam “colapsados com os contrapesos sobre a cabine” (veja foto abaixo).
Pilar metálico do elevador “E” estava colapsado
Reprodução/Laudo Técnico de Engenharia – Vistoriar Engenharia
A vistoria também avaliou as condições dos 30 elevadores instalados no Prédio Gerais. Eles apresentaram anomalias semelhantes e, apesar de não haver colapso estrutural, é recomendado o reforço nos pilares como “prevenção a ocorrências futuras”.
O que diz o governo
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) informou que, a partir da conclusão do laudo, foram iniciados os procedimentos para a execução dos serviços de reparo, com objetivo de corrigir os problemas que comprometeram o funcionamento dos elevadores na Cidade Administrativa. Ainda nesta semana, a contratação da empresa de engenharia deve ser finalizada.
“[…] a Secretaria solicitou orçamentos de três empresas especializadas de engenharia para a execução do serviço conforme estabelecido no documento técnico. No mês de março, foram recebidos os orçamentos e realizado o processo, que inclui análise técnica e jurídica, para definir a empresa que irá realizar o serviço conforme as regras da dispensa de licitação por emergência”, disse a pasta.
A Seplag também afirmou que o parecer não constatou problemas na estrutura predial, sendo destacado que a falha detectada “não afeta a integridade, nem estabilidade nem a solidez da estrutura do Prédio Minas”.
Enquanto o uso dos elevadores sociais não é retomado, os servidores que atuam no prédio foram autorizados a realizar teletrabalho.
Os vídeos mais vistos do g1 Minas:

Mais Notícias