20 de setembro de 2024

Caso Lara: principal suspeito de matar adolescente presta depoimento em Jundiaí

Wellington Galindo de Queiroz negou todas as acusações e ficou em silêncio a maior parte do tempo. Desaparecimento e morte de Lara Maria Oliveira Nascimento, em Campo Limpo Paulista, causaram comoção em todo o Brasil, em 2022. Suspeito de matar adolescente em Campo Limpo Paulista foi preso dois anos após o crime
Polícia Civil/Divulgação/Arquivo pessoal
Wellington Galindo de Queiroz, de 42 anos, principal suspeito de matar a adolescente Lara Maria Oliveira Nascimento em 2022, prestou depoimento na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí (SP).
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Segundo apurado pela TV TEM, o depoimento ocorreu na sexta (29), mas foi confirmada apenas nesta terça-feira (2). Wellington ficou por quase 30 minutos na delegacia, onde negou todas as acusações e ficou em silêncio a maior parte do tempo. Após o depoimento, ele foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Jundiaí.
Wellington foi preso em Foz do Iguaçu (PR) no dia 21 de março. Quatro dias depois, chegou ao Centro de Triagem (CT) de Campo Limpo Paulista (SP). Antes, ele foi interrogado e passou por exame de corpo de delito no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo.
Caso Lara: suspeito de matar adolescente presta depoimento em Jundiaí
Um vídeo gravado pela Polícia Federal mostra o momento da prisão dele (assista abaixo). Nas imagens, os policiais simulam pedir informações e, na sequência, questionam o nome de Wellington, que se apresenta como Diego Rodrigues Alves.
Wellington diz que está sem documento e que trabalha em umas casas na rua onde foi abordado. Ele ainda diz que é da Bahia e que mora na região há um ano e três meses, onde trabalha como eletricista.
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A mãe da adolescente, Luana Nascimento, estava na entrada do DHPP no momento em que o suspeito chegou ao local.
O processo do caso Lara deve ser desarquivado. A polícia quer saber se Wellington agiu sozinho ou se outras pessoas estão envolvidas na morte da adolescente.
Conforme apurado pela TV TEM, além de responder pelo homicídio da adolescente, Wellington é indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável (outra vítima), uso de documento falso e porte ilegal de arma.
Investigação
Há algumas semanas, a PF recebeu informações sobre a possível presença do foragido na região da Tríplice Fronteira.
Ao ser abordado, o homem se apresentou com nome falso e foi encaminhando para a Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu, onde confessou que fugiu de São Paulo para Foz do Iguaçu na intenção de ir para o Paraguai.
Quando chegou à cidade paranaense, no entanto, decidiu fixar residência, sobrevivendo por meio de pequenos serviços manuais, utilizando o nome falso de Diego.
Além do mandado de prisão preventiva pelos crimes de homicídio e estupro de vulnerável, ocorridos em Campo Limpo Paulista, havia um mandado de prisão em aberto pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, expedido pela Vara de Execuções do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
O homem era considerado foragido desde o dia 28 de março de 2023 e foi indiciado por homicídio e ato libidinoso.
O nome do suspeito havia sido incluído no rol de procurados da Interpol e ele era procurado tanto pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí, quanto pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Polícia Federal.
O desaparecimento e a morte da adolescente Lara Maria Oliveira Nascimento, de 12 anos, em Campo Limpo Paulista, causaram comoção em todo o Brasil.
Saiu para comprar refrigerante
A menina desapareceu no dia 16 de março de 2022, quando saiu de casa para comprar refrigerante em uma mercearia a cerca de 600 metros de sua casa. O corpo dela foi encontrado três dias depois, 19 de março, em um terreno localizado em Francisco Morato (SP).
Cães farejadores ajudaram na busca por adolescente que desapareceu após sair para comprar refrigerante em Campo Limpo Paulista (SP)
Arquivo Pessoal
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Lara morreu por traumatismo craniano causado por ao menos quatro golpes na cabeça. O legista citou a presença de sinais de crueldade e disse que possivelmente foi usado um martelo ou uma picareta. O documento confirmou também que uma substância encontrada no corpo da adolescente era cal.
No dia 29 de março, funcionários do mercado onde a menina esteve antes de desaparecer prestaram depoimento à polícia. As equipes de investigação também percorreram bairros de Francisco Morato, cidade vizinha, para ouvir mais moradores.
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Reprodução/TV TEM
Laudos
A Polícia Civil confirmou que os laudos descartaram abuso sexual e uso de entorpecentes na morte da adolescente.
Os documentos, de acordo com a Polícia Civil, deram negativo para os testes toxicológico e sexológico. Outro laudo, divulgado anteriormente, apontou que a adolescente morreu devido a um traumatismo craniano causado por ao menos quatro golpes na cabeça.
O suspeito
Vídeo mostra carro parado em local onde menina achada morta foi vista pela última vez
Segundo o delegado, Wellington já havia sido ouvido informalmente por telefone e foi intimado a prestar esclarecimentos na delegacia, mas se negou. Após a intimação, a polícia não conseguiu mais contato com o suspeito, até sua prisão.
O carro que aparece nas imagens foi localizado em outra cidade e apreendido. Em depoimento, a proprietária do veículo disse que teve um relacionamento com o suspeito, mas que eles não estão mais juntos.
Wellington tem passagens na polícia por tráfico de drogas, crime contra o patrimônio, associação criminosa e receptação. Ele era considerado foragido desde o dia 28 de março de 2022, quando a Justiça decretou a prisão temporária dele por 30 dias pelo assassinato da adolescente.
O tio da vítima, que chegou a ser um dos suspeitos, negou envolvimento no crime por meio de uma carta.
Em agosto de 2022, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí concluiu o inquérito do caso. O relatório da investigação policial apontou que a adolescente teria negado qualquer contato com o homem, que acabou dando vários golpes na cabeça dela para que ela não o denunciasse.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Lara morreu por traumatismo craniano.
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