20 de novembro de 2024

Advogado diz que Cid desconhecia plano para matar Lula, Alckmin e Moraes: ‘Quem podia dar golpe fugiu para os EUA’


Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro prestou novo depoimento nesta terça. Por conta de omissões e contradições no interrogatório, PF enviou relatório ao STF, que pode rescindir benefícios de delação premiada. O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, procurou o blog nesta terça-feira (19) para negar que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento de qualquer plano de matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Desconhece completamente. Não omitiu nada. Ele não tem absolutamente nada a ver com isso”, disse.
Sobre Cid ter conhecimento de uma tentativa de golpe de estado, Bittencourt disse que “todo mundo sabe que quem podia dar golpe estava no Planalto e fugiu para os Estados Unidos”.
Bittencourt também disse que não existe motivo para que Cid perca os benefícios de delação premiada mas que, se cassarem, ele vai recorrer da decisão.
Mauro Cid deixa sede da PF em Brasília após prestar novo depoimento
O ex-ajudante de ordens prestou novo depoimento nesta terça. Após o interrogatório, a Polícia Federal (PF) enviou a Moraes um relatório em que aponta omissões e contradições no depoimento e no qual afirma que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro descumpriu cláusulas do acordo de delação premiada.
Segundo apuração da TV Globo, os investigadores não ficaram satisfeitos e acreditam que o ex-assessor de Bolsonaro esconde informações sobre o plano golpista.
Moraes pediu que a Procuradoria-geral da República (PGR) se manifeste sobre o tema para decidir se cancela os benefícios concedidos a Mauro Cid com a delação. Só depois disso, ele vai analisar se deve decretar a prisão de Cid, caso haja um pedido da PF.
Uma possível anulação do acordo não envolve o conteúdo da delação em si, e as provas coletadas seguem valendo, mesmo que a colaboração seja cancelada.
Os pedidos de Cid para ter colaborado com as autoridades envolvem uma redução de pena e a possibilidade de responder aos processos fora da prisão. Além disso, ele deve respeitar uma série de medidas como usar tornozeleira eletrônica e não se comunicar com outros investigados.
No depoimento desta terça, Cid negou ter conhecimento de um plano para um golpe de Estado em dezembro de 2022 e que desconhecia todo teor do que as apurações trouxeram e que resultaram na operação desta terça-feira (19), com a prisão de 4 militares e um policial federal.
A investigação da PF aponta que Cid e o general da reserva Mario Fernandes, preso nesta terça-feira, trocaram mensagens sobre as supostas ações golpistas. O general disse a Cid que conversou com o presidente e que ouviu dele que “qualquer ação” poderia acontecer até o último dia de 2022.

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