Hospital está, desde março, em bandeira vermelha, ou seja, quando há superlotação e apenas casos graves são atendidos. Secretaria de Saúde não se pronunciou. Crianças horas por atendimento no Hmib, em Brasília
O Hospital Materno Infantil (Hmib) é referência em atendimento de crianças até 14 anos no Distrito Federal, mas conseguir uma vaga na unidade de saúde é tarefa complicada para as famílias da capital. O hospital está, desde março, em bandeira vermelha, ou seja, quando há superlotação e apenas casos graves são atendidos.
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Conforme apurado pela TV Globo, nesta quarta-feira (3), os pacientes precisavam esperar cerca de 2 horas para passarem apenas pela triagem da unidade de saúde na Asa Sul. Depois, não havia previsão de atendimento com um pediatra (veja vídeo acima).
Carla da Silva Ferreira estava com os gêmeos Bernardo e Benício aguardando atendimento no hospital há quase 12 horas. No entanto, a família tenta ser atendida, sem sucesso, desde domingo (31).
“Chegamos ontem [terça], por volta de umas 10 horas da noite, fizemos a triagem e tivemos uma esperança de atendimento até 1h da manhã. Falou que não ia mais atender a pulseira laranja e que, se quisesse, era para esperar até 7 horas da manhã. Já passou 7 horas da manhã e [continuo] esperando”, conta a manicure.
Durante a madrugada, apenas um médico realizava os atendimentos. Já pela manhã, o número subiu para dois, apesar da alta demanda. A Secretaria de Saúde foi questionada sobre a situação do Hospital Materno Infantil, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Já o governador Ibaneis Rocha afirmou que espera que a contratação de novos médicos, que deve acontecer ainda essa semana, consiga suprir a necessidade da unidade de saúde.
“Temos que lembrar que estamos em um momento de crise por causa da dengue e da Covid também, que está voltando. Tivemos uma sobrecarga de todos os hospitais e com o Hmib não foi diferente. A gente sofre vendo as imagens”, disse o chefe do Executivo.
Caos no Hmib: famílias esperam horas por atendimento em hospital de Brasília
Sofrimento
Crianças horas por atendimento no Hmib, em Brasília
TV Globo/Reprodução
Henrique Eduardo Ferreira conta que a filha de 2 anos está doente há uma semana, mas que não consegue atendimento em nenhum dos hospitais por onde passou. A suspeita dos médicos é que a criança tenha pneumonia. A indicação era de que ele procurasse o Hmib.
“Desde madrugada, eu não consigo atendimento. É descaso? Minha bebê não dorme, não come. Eu me sinto humilhado. Minha filha está doente”, afirma o cabelereiro.
Após passar pela triagem, Henrique soube que a filha não seria atendida e, por isso, desistiu de esperar. “Vou para Ceilândia, Taguatinga. Vou rodar a cidade. Eu preciso de um médico”, diz o pai.
A situação também é delicada para aquelas crianças que estão em estado grave. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, nesta quarta-feira, 48 crianças aguardavam por um leito na UTI pediátrica e 15 bebês, na UTI neonatal (veja foto abaixo).
Espera por um leito de UTI no DF
Secretaria de Saúde do DF/Reprodução
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